Parking News

Por Jorge Hori*

A falta de estacionamentos eleva os preços e gera uma movimentação maior dos carros, na busca de uma vaga. São os resultados de enquetes realizadas pela mídia, na cidade de São Paulo.
Isso demonstra, de um lado, que não é a existência de estacionamentos que gera demanda de carros e, também, que a carência de estacionamentos ou os preços elevados desestimulam muito pouco o uso do automóvel e a transferência para o transporte coletivo. A principal razão alegada é que não existe transporte coletivo de qualidade nas áreas de maior demanda, como no corredor de escritórios da Av. Luiz Carlos Berrini ou da Nova Faria Lima.
O ônibus não é percebido como alternativa de transporte coletivo de qualidade para o motorista do automóvel. No caso da Berrini, existe o trem metropolitano, mas esse também não é percebido como transporte coletivo de qualidade. A reação à proposta de deixar o carro em casa e ir de trem para a região, em geral, é a seguinte resposta: "Deus me livre".
A maioria dos motoristas sempre responde que deixaria o carro em casa e usaria o transporte coletivo, desde que esse fosse de qualidade. Na sua cabeça esse seria o metrô, comprando a ideia transmitida pelos especialistas de que em outras cidades há uma ampla disponibilidade desse meio de transporte.
Porém, na Av. Paulista, onde existe uma linha de metrô, a via superficial está permanentemente congestionada, apesar na grande lotação dos trens, ao longo de todo o dia, e superlotação nos horários de pico. Pode se alegar que dada a dimensão reduzida da rede metroviária, os escritórios se concentram em poucas regiões. É fato, mas o mercado imobiliário privado se desenvolve em áreas onde não existe metrô.
Acaba gerando uma demanda que passa a ser um critério para o planejamento de novas linhas.
Estacionamento não é indutor do uso do automóvel, mas é fundamental para o atendimento da demanda que decorre da instalação de atividades geradoras de emprego de qualidade e boa remuneração.


* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.