A medida chega com algum atraso, já que o problema se agravou há pelo menos três anos, dizem moradores. E atendendo a lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff em janeiro, que define que todo município com mais de 20 mil habitantes elabore um plano desse.
Mas é uma primeira resposta a um problema que todos os municípios da região admitem existir, embora não exista medição oficial de lentidão como a de São Paulo.
O plano vai discutir, por exemplo, a ampliação da rede de ônibus intermunicipais e a expansão do metrô até São Bernardo do Campo.
"Vai apresentar soluções regionais, porque uma obra que resolve o problema em uma cidade joga-o para cidades ao lado", diz João Ricardo Guimarães Caetano, diretor de programas e projetos do consórcio.
Ele se refere a uma unanimidade entre as prefeituras do ABC: o fato de que a restrição aos caminhões na zona sul de São Paulo, há quase dois anos, prejudicou o trânsito nessas cidades que dão acesso ao Rodoanel Sul, também inaugurado em 2010.
O ABC também decidiu implantar sua restrição a caminhões em algumas das principais vias em horário de pico. As multas começam a ser aplicadas a partir de abril.
Outras razões também são apontadas para o caos recente: o aumento da frota de veículos (de 76% nos últimos dez anos), o boom imobiliário (aumento de 83% desde 2009 no número de lançamentos de imóveis na região, que chegam a ser 25% mais baratos que na capital), um sistema viário obsoleto e a falta de integração entre os transportes públicos das cidades.
Enquanto os planos das prefeituras e do Estado não se concretizam, Alessandra continua podendo optar por gastar, duas vezes ao dia, uma hora (ou duas) de carro ou duas horas de ônibus para um percurso que, a pé, levaria três horas.
Fonte: Folha de S. Paulo, 13 de fevereiro de 2012