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Quando Alessandra Cruz se mudou para São Bernardo do Campo, há nove anos, atrás de "qualidade de vida", havia 294 mil veículos na cidade. Hoje são 480 mil. Ela gastava cerca de 20 minutos para percorrer os 18 km que ligam sua casa ao trabalho, na zona sul de São Paulo. Hoje gasta mais de uma hora, em dias "normais". Nos atípicos, como quando as lajes de um prédio em sua cidade desabaram, na semana passada, o trajeto chega a levar duas horas. A situação do trânsito na região do ABC está tão caótica que o consórcio intermunicipal que engloba os sete municípios da região decidiu contratar um Plano de Mobilidade Regional, cujo edital foi publicado na última semana e vai custar R$ 1 milhão (R$ 800 mil do governo e R$ 200 mil do consórcio). A reportagem é da Folha.
A medida chega com algum atraso, já que o problema se agravou há pelo menos três anos, dizem moradores. E atendendo a lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff em janeiro, que define que todo município com mais de 20 mil habitantes elabore um plano desse.
Mas é uma primeira resposta a um problema que todos os municípios da região admitem existir, embora não exista medição oficial de lentidão como a de São Paulo.
O plano vai discutir, por exemplo, a ampliação da rede de ônibus intermunicipais e a expansão do metrô até São Bernardo do Campo.
"Vai apresentar soluções regionais, porque uma obra que resolve o problema em uma cidade joga-o para cidades ao lado", diz João Ricardo Guimarães Caetano, diretor de programas e projetos do consórcio.
Ele se refere a uma unanimidade entre as prefeituras do ABC: o fato de que a restrição aos caminhões na zona sul de São Paulo, há quase dois anos, prejudicou o trânsito nessas cidades que dão acesso ao Rodoanel Sul, também inaugurado em 2010.
O ABC também decidiu implantar sua restrição a caminhões em algumas das principais vias em horário de pico. As multas começam a ser aplicadas a partir de abril.
Outras razões também são apontadas para o caos recente: o aumento da frota de veículos (de 76% nos últimos dez anos), o boom imobiliário (aumento de 83% desde 2009 no número de lançamentos de imóveis na região, que chegam a ser 25% mais baratos que na capital), um sistema viário obsoleto e a falta de integração entre os transportes públicos das cidades.
Enquanto os planos das prefeituras e do Estado não se concretizam, Alessandra continua podendo optar por gastar, duas vezes ao dia, uma hora (ou duas) de carro ou duas horas de ônibus para um percurso que, a pé, levaria três horas.
Fonte: Folha de S. Paulo, 13 de fevereiro de 2012

Categoria: Geral


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