Isso porque a companhia usa uma comparação entre o tamanho dos congestionamentos com o restante da cidade. Como a quantidade de vias monitoradas cresceu nos últimos anos, problemas graves nos principais corredores podem estar diluídos na frieza das estatísticas.
"Independentemente do levantamento, os congestionamentos são reincidentes. Eles estão comuns em locais que não eram anos atrás. Diversas avenidas mais ou menos livres começaram a ficar carregadas", afirma Thiago Guimarães, mestre em planejamento urbano e atualmente pesquisador do Instituto de Planejamento de Transportes e Logística de Hamburgo (Alemanha).
Uma coisa é certa: os megacongestionamentos continuam ocorrendo. Nos últimos cinco anos, sempre houve pelo menos um dia em que as filas de carros parados passaram dos 200 km.
O recorde histórico foi em 10 de junho de 2009, quando o número chegou aos 293 km.
As reclamações também aparecem nas pesquisas de opinião. De acordo com pesquisa feita pelo Ibope a pedido da Rede Nossa São Paulo, o paulistano dá nota 4,3 para "trânsito/transporte", numa escala que vai até 10. O trânsito também ficou entre os cinco temas que causam mais medo no dia a dia do paulistano, afetando 20% dos entrevistados.
Esse temor aparece principalmente quando o paulistano tem que cumprir um horário e não sabe se vai conseguir por causa do trânsito imprevisível. Para os especialistas, a mudança desse quadro passa inevitavelmente por prioridade de investimentos no transporte público.
Fonte: Folha de S. Paulo, 25 de janeiro de 2012