Por Jorge Hori*
A região da Avenida Paulista é um dos principais polos de escritórios da cidade de São Paulo, demandando em consequência um grande volume de estacionamentos. Tradicional levantamento feito pelo Sindepark na região indica a existência, na própria avenida e do lado dos Jardins, 143 estabelecimentos, com um total de 20.217 vagas.
Desse total, 94 são garagens em condomínios comerciais, isto é, conjugadas a prédio de escritórios, compreendendo 14.914 vagas, cerca de 70% do total.
Apenas três desse total são garagens de grande porte, com mais de 500 vagas. A média desses estabelecimentos fica em 159 vagas.
Empregam 465 funcionários, o que implica média de cinco funcionários por estabelecimento e três funcionários para cada 100 vagas.
Esses números decorrem da preferência absoluta pela operação com manobristas (90) com apenas um estabelecimento com autoestacionamento (selfparking) e três mistos. Para o usuário, a comodidade seria um fator relevante de atratividade. Ademais por uma questão de tempo. Ao entregar o carro a um manobrista, na entrada, não precisa ficar procurando vaga e manobrar para estacionar.
Essa condição é complementada pelo fato de que apenas três estabelecimentos, consideradas todas as categorias de estacionamento, utilizam o sistema automático. A quase totalidade controla o movimento e promove a cobrança mediante aplicativos em computador.
O segundo principal grupo é dos hotéis, flats e restaurantes. Os hotéis e flats têm, em geral, estacionamentos próprios. Já os restaurantes não têm estacionamentos próprios, atendendo os clientes pelos serviços de valet e utilizando vagas de estacionamentos próximos, entre esses os das chamadas garagens simples e estacionamento em terrenos. Muitos restaurantes da região se instalam nas áreas térreas de hotéis e flats, atendendo aos hóspedes e ao público em geral.
Esses estacionamentos são os mais afetados pela disseminação dos aplicativos de chamada, uma vez que, em função do local de origem do cliente, as corridas - ida e volta - ficam mais baratas que o preço do valet.
A região não apresenta um grande volume de estacionamentos vinculados a grandes centros comerciais. Apesar de um grande número de centros comerciais (shopping centers e grandes lojas de rua) apenas três estacionamentos vinculados a eles foram localizados. Como o levantamento se limita aos estacionamentos com ingresso pela Av. Paulista e nas ruas adjacentes no lado dos Jardins, não capta ainda importantes estacionamentos de shoppings ou centros comerciais, com entradas pelas ruas adjacentes do lado do Centro, como Top Center, entrada pela Joaquim Eugênio de Lima, Shopping Cidade São Paulo, entrada pela rua São Carlos do Pinhal, Center Três, entrada pela rua Luis Coelho.
Essa localização também deixa de fora importantes polos atratores de veículos, como o Hospital Santa Catarina, Fundação Casper Líbero (Objetivo). O complexo São Luiz Gonzaga, embora tenha os principais acessos nas ruas adjacentes, possui um estacionamento considerado na pesquisa, em função de uma entrada na Av. Paulista.
Do ponto de vista estrutural, a pesquisa mostra que a atividade foi pouco afetada pelas novas tecnologias. O efeito maior teria sido na frequência.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.