As despesas com habitação, alimentação, transportes e saúde explicam o aumento de 0,42%, em maio, e de 7,34%, nos últimos 12 meses, do Índice do Custo de Vida da Classe Média (ICVM), preparado pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB) e relativo às famílias paulistanas com renda entre 10 e 39 salários mínimos (R$7.880,00 aR$ 30.732,00).
A variação do ICVM foi muito semelhante à do IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mas também neste indicador as pressões vieram dos preços ao consumidor, que continuam crescendo em ritmo acelerado. No ICVM, o custo da habitação aumentou 0,66% no mês passado, puxado por energia elétrica (+1,53%), condomínio (+0,8%), pintor (+2,4%), pedreiro (+1,74%) e gás de botijão (+4,14%). Isoladamente, a habitação respondeu por 47,6% da elevação do índice, mas a alimentação, que pesou 32,3% no ICVM, subiu ainda mais (0,82%).
A alta do ICVM foi generalizada, alcançando 313 dos 468 itens pesquisados pela OEB, que avalia os itens mais sofisticados, ou pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O chamado índice de difusão foi, portanto, elevado: 67% dos itens tiveram os preços majorados. Nos últimos 12 meses, os itens educação e alimentação já subiram mais de 8%.
E neste mês, como a inflação de junho de 2014 foi de apenas 0,14%, o coordenador do ICVM, José Tiacci Kirsten, considera muito provável que o índice passe a superar os 8%. A inflação dos serviços foi ainda mais alta que a dos produtos e chegou a 8,25% em 12 meses.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 11 de junho de 2015