O primeiro dia da cobrança para ocupação de vagas de estacionamento do Flamboyant e Goiânia Shopping não diminuiu o fluxo de clientes, segundo informações das assessorias de imprensa dos dois centros de compra. Mas isso não significa que a medida tenha agradado os consumidores.
O estudante Fabrício Martins, 23, considera a cobrança um absurdo. "Já viemos para gastar no shopping. A obrigação é oferecer conforto e estacionamento de graça", reclama.
O comerciante Marlon Carneiro, 43, compartilha da opinião. Ele ainda não havia sido informado sobre a cobrança, mas discordou do prazo de tolerância de 20 minutos dado aos consumidores. Ele utiliza as agências bancárias do shopping. "Eu venho para fazer depósitos e saio rápido. Mas, às vezes, a fila está longa".
Freqüentadores pagaram ontem R$ 2,50 pela permanência de três horas e um real por hora adicional. Os guichês de pagamento tiveram filas.
Conforme o diretor comercial da Sia Parking, administradora dos estacionamentos, o movimento foi tranqüilo. Parte dos usuários reclamou à instituição da cobrança nos guichês. "Houve reclamações, mas estamos acostumados".
O dia foi marcado por protesto coordenado pelo deputado estadual José Nelto (PMDB), que se posicionou em frente a uma das entradas do Flamboyant, por volta das 15 horas. Ele distribuiu informativos aos condutores que adentravam no pátio. "É um apelo para que não coloquem os carros dentro dos shoppings. Além de ilegal, a cobrança é imoral. O consumidor está sendo prejudicado", diz.
Também participou da manifestação o vereador Geovani Antônio (PSDB), que disse ter sido designado pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, Elias Vaz. Com o documento em mãos, o deputado diz ser improcedente a cobrança, apoiando-se em conteúdo jurídico.
A Lei Complementar de nº 087/2000 determina a gratuidade de estacionamento para veículos aos clientes de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços.
Fonte: Diário da Manhã (Goiás), 20 de março de 2007