A cidade de São Paulo já tem 466 anos de fundação, mas, levando em conta apenas os últimos 40 de promessas eleitoreiras, as Marginais já deveriam estar profusamente arborizadas, o Rio Tietê deveria ser navegável, o metrô teria mais de 200 km de linhas.
Falhas no planejamento, porém, somam-se a promessas vazias, denúncias de corrupção, crises políticas e econômicas no meio do caminho para comprometer o cronograma. Planos e compromissos acumulam anos de atraso. Ou nem sequer saem do papel.
Metrô é uma obra de orçamento bilionário, mas há iniciativas que são — ou deveriam ser — muito mais simples e baratas. Assim, modestamente, aqui vão algumas sugestões para alimentar os debates dos candidatos a prefeito nas próximas eleições.
1) PARE é pare
Essa conduta é exigida de candidatos à habilitação na prova prática e é eliminatória. Não imobilizar o carro no “Pare” reprova. Depois do exame, cada um faz o que quer, e a regra nunca é respeitada. Há cruzamentos complexos nos Estados Unidos em que o ritmo dos carros parando dispensa o semáforo, uma vez que é preciso imobilizar completamente a roda diante da sinalização STOP. O respeito às faixas de pedestres também deve ser inegociável.
2) Consertem os semáforos quebrados
A posse de prefeitos recém-eleitos ocorre em janeiro, o que coincide com temporais e enchentes no Sul e Sudeste. Basta uma chuva mais forte para que os faróis se apaguem ou comecem a piscar, resultando caos em cruzamentos. Não venham reclamar depois, candidatos: vocês já sabem que o problema existe.
3) Pontos de parada para carona ou embarque/desembarque de passageiros
Milhares de pessoas viajam de carona com parentes, amigos ou usuários de aplicativos. Isso tira carros das ruas, mas traz um problema: não se preveem pontos de embarque e desembarque junto a estações de metrô, trem e terminais de ônibus. Ao contrário, há estações cercadas de sinalização proibindo parar e estacionar. O motorista que faz um favor a uma ou mais pessoas e presta um serviço à cidade fica sujeito a multa pesada.
Ainda quanto a caronas. Faixas exclusivas, em que é permitido circular apenas com ao menos um passageiro, são sucesso nos EUA, o país do automóvel. É questão de implantar, sinalizar e fiscalizar.
Fonte: Autoesporte, 20/04/2020