Parking News

Estratégia mais relevante contra o vírus está na educação

 

Por Jorge Hori* - A mortalidade do vírus, estatisticamente, já está sob controle, no Estado de São Paulo e mesmo na cidade de São Paulo. Mas não está controlada em muitos bairros periféricos. A ocorrência desses focos não permite aos governos Estadual e Municipal relaxar nas medidas de distanciamento social, sob risco de uma nova "explosão" real de contaminação, provocando um pico de demanda de internações superiores à capacidade do Estado e do Município em atender.
O índice de contaminação tem distorções, em função da falta de testes, baixa capacidade de processamento e subnotificação.
O índice mais importante, para efeito de estratégia de combate ao vírus, é a evolução das internações.
A evolução das mortes significa que ainda há uma capacidade de atendimento e a mortalidade natural está caindo.
Mas como não há ainda segurança de que o nível de testagem seja suficiente para avaliar, com maior precisão, a evolução dos riscos, a prevenção pelo distanciamento social é a única solução.
As classes média e alta, que contam com mais espaços em sua moradia e têm condições de se isolar ou isolar os seus idosos e mais vulneráveis, ainda estão predominantemente em casa, com algumas saidinhas. Já nas periferias, em que a população tem condições semi ou precárias de moradia, a vida social comunitária é mais relevante.
A ação social necessária não está apenas em doações em dinheiro (de longe), ou de fornecimento de alimentos ou de material de proteção.
Estrategicamente o mais relevante está na educação. Antigamente havia uma matéria, acho que era educação doméstica, com o que hoje tem muita superficialidade e está ultrapassada, mas ensinava comportamentos básicos de higiene e saúde.
Lavar bem as mãos, não espirrar em aberto são alguns procedimentos básicos que não eliminam a doença, mas reduzem a velocidade da contaminação. Como a origem em qualquer comunidade é de um primeiro transmissor, que nem sempre é identificável por ser assintomático, mas trazido de fora da comunidade e que não chega na mesma hora em todas as comunidades, o processo de contaminação local envolve tempos distintos e isso pode "achatar a curva" regional e nacional. É difícil achatar a curva localmente, mas defasar o processo.
Sem que as medidas preventivas sejam disseminadas antes da chegada local do vírus e tenha velocidade maior, deixando o vírus para trás, o tempo de restrições será maior.
Em resumo, a disseminação do vírus já está controlada nos bairros mais ricos, onde ocorreram as primeiras contaminações, importadas do Exterior. Mas o "transbordamento" para regiões periféricas ainda não está suficientemente controlado. Se não forem contidas, poderão provocar uma reação "boomerang": retornarão aos centros iniciais.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


Outras matérias da edição


Seja um associado Sindepark