Torcedor sofre... Mas também tem seus direitos garantidos por lei. E, para tentar fazer valer o que está escrito no Estatuto do Torcedor, a organização dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007 vai lançar no fim deste mês o Guia do Espectador e designará um ouvidor para cada instalação esportiva, cujas críticas e sugestões recebidas pelos torcedores serão encaminhadas ao ouvidor-geral do evento - ainda não escolhido.
O presidente do Co-Rio, Carlos Arthur Nuzman, disse que todos os ingressos serão numerados: "Implantaremos este conceito em todas as instalações, independentemente da capacidade do público. Portanto, as medidas que o Co-Rio tomará vão além do estatuto. Queremos fazer dos Jogos Pan-Americanos um exemplo de respeito ao torcedor."
Tão acostumado a enfrentar flanelinhas para estacionar o carro nas imediações dos estádios, a freqüentar banheiros sujos e nunca contar com seguro para eventuais acidentes durante uma competição, o torcedor poderá pensar que está delirando ou que foi tele-transportado para outro país se, de fato, os Jogos Pan-Americanos respeitarem o manual.
Lá está dito que o organizador de um jogo é obrigado a oferecer serviço de estacionamento opcional, a manter instalações sanitárias em boas condições de higiene e a carimbar, no ingresso, o seguro saúde, entre outros.
O Guia do Espectador será amplamente divulgado pela internet e em versão impressa entregue nas bilheterias dos eventos.
O cidadão se sentirá uma parte importantíssima do espetáculo - o que, de fato, ele é. Afinal, o que seria de uma competição sem platéia?
O Guia vai dar uma visão geral do Rio de Janeiro, com informações sobre clima, cultura, entretenimento e até dicas para que "não seja usado por terceiros em ações de marketing de emboscada", como diz o texto oficial. Ou seja, não caia em mãos de cambistas, agentes turísticos falsos, transportes piratas etc.
Algumas dicas úteis: para quem estiver sem sacolas ou bolsas as filas serão mais rápidas, ninguém poderá entrar levando alimentos, mas remédios serão liberados com recomendação médica. Até os 500 ambulantes licenciados vão aceitar cartões de crédito, mesmo que seja para pagar um simples sanduíche.
Fonte: Revista Isto É (São Paulo), 09 de maio de 2007