A Distrital Centro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), instalada no bairro da Liberdade, é responsável por uma área que abrange 21 bairros.
Devido ao grande número de localidades, enfrenta inúmeros desafios, que passam pelos problemas estruturais do centro de São Paulo e prosseguem até os projetos educativos e de formação profissional.
A entidade, além de seguir as políticas praticadas pela ACSP, destaca-se também pelas suas próprias iniciativas e atividades. E novos projetos, a serem desenvolvidos em breve na região central, devem ser colocados em prática.
Segundo o superintendente da Distrital Centro, Marcelo Flora Stockler, os maiores desafios para os próximos anos dizem respeito à segurança pública, à limpeza e ao comércio informal instalado na área. Este último, aliás, um dos problemas mais sérios enfrentados pelos comerciantes do Centro da capital.
"O Centro da cidade sofre com o trânsito de veículos, o acúmulo de lixo, a má conservação das calçadas, a iluminação precária em muitas áreas e com os camelôs que vendem bebidas e comestíveis, o que é proibido por lei. Os jardins são mal conservados e muitas árvores estão infestadas por cupins, entre outros problemas", afirmou.
Projetos - Entre os inúmeros projetos para o desenvolvimento da região, além do Portal da Liberdade, anunciado ontem, destacam-se alguns ligados ao trânsito e à área social. "Sou contra os pontos finais de ônibus no Centro, que possui ruas muito estreitas. Eles sujam, atrapalham o tráfego local e os passageiros ficam, muitas vezes, expostos à ação de assaltantes. Os ônibus deveriam apenas circular pelo Centro da cidade. Vamos agendar uma reunião com os órgãos competentes para discutir o assunto", afirmou Stockler.
Outros projetos envolvem a regulamentação de horários para carga e descarga de mercadorias nos calçadões; credenciamento dos artistas que expõem na praça da República e o remanejamento dos mesmos para o Parque da Luz; e a criação de um grupo de fomento ao turismo no Centro, dentro do projeto Empreender.
"Queremos reformar a sede da distrital para que possa abrigar exposições de arte, promover encontros para discutir a criação de mais pop centros e criar um programa de auxílio às escolas públicas por meio de colaborações financeiras e de mão-de-obra para serviços gerais voluntários", ressaltou Stockler.
O superintendente da Distrital Centro explicou que dará continuidade e tentará aprimorar os projetos já existentes, como o Natal Iluminado, que é realizado em todos os finais de ano, o Camp, e o Projeto Empreender, entre outros.
Um portal suspenso para a Liberdade
O superintendente da Distrital Centro, Marcelo Flora Stockler, acredita que o bulevar da Liberdade vai reforçar a característica oriental do bairro.
A cidade poderá ganhar, em breve, um grande bulevar na Liberdade, região central. O projeto, chamado Portal da Liberdade, ligará a avenida homônima às ruas Galvão Bueno, Glória e Conselheiro Furtado por meio de um conjunto de três praças suspensas que passarão por cima da ligação Leste-Oeste.
O empreendimento contará com áreas culturais, empresariais e comerciais, e será uma homenagem ao centenário da imigração japonesa no Brasil.
Segundo um dos idealizadores, o vereador Aurélio Nomura, o projeto surgiu há 12 anos. "A ligação Leste-Oeste separou o bairro em duas partes. Precisávamos de um projeto que unisse concretamente a Liberdade. Daí surgiu a idéia do bulevar". A idéia inicial era construir um grande estacionamento. Posteriormente, foram incluídos os espaços comerciais e culturais.
"O projeto de lei para a construção do empreendimento já foi regulamentado por três decretos. Obtivemos aprovação da Secretaria Municipal de Planejamento, da Emurb e da CET. No momento, tramita junto à Prefeitura", informou Nomura.
Para o presidente da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade (Acal), Hirofumi Ikesaki, a luta é para que a pedra fundamental seja lançada até 2008, ano em que se comemora o centenário da imigração japonesa no Brasil. "A obra revitalizará a Liberdade e atrairá turistas", disse.
Estrutura - O Portal da Liberdade terá uma estrutura semelhante à do vale do Anhangabaú, com a cobertura da pista, porém mais complexa. O primeiro bloco, entre a avenida Liberdade e a rua Galvão Bueno, terá duas torres de 18 andares e uma ligação entre elas formando um "Toori", ou Portal da Liberdade na língua japonesa.
Nas torres funcionarão salas comerciais. Este bloco também terá um auditório para 1,4 mil pessoas e estacionamento.
O segundo bloco, entre as ruas Galvão Bueno e Glória, será formado por um shopping center e três salas de cinema. Já o terceiro, entre a rua da Glória e a Conselheiro Furtado, terá um amplo teatro. Todos os blocos possuirão garagens no subsolo.
Serão, ao todo, 930 vagas em uma área construída de 55 mil metros quadrados. "O bulevar não encostará nos viadutos e as áreas verdes existentes serão preservadas", afirmou Candi Hirano, arquiteto autor do projeto.
Apoio - Segundo o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, a entidade apoiará o projeto em tudo que for possível. "O projeto é encantador e faz justiça à importância da colônia japonesa para São Paulo", ressaltou.
O superintendente da Distrital Centro da ACSP, Marcelo Flora Stockler, acredita que o bulevar vai reforçar a característica oriental do bairro. "Além de moderna, a obra cumpre com seu papel social na medida em que oferece opções culturais para a população. Trata-se de uma grande iniciativa, tanto para a Liberdade quanto para o Centro e para São Paulo". "São projetos como esse que fixam a população no bairro", disse Roberto Ordine, vice-presidente e coordenador institucional das sedes distritais.
Fonte: Diário do Comércio (São Paulo) , 07 de maio de 2007