Assim como a gleba na Paulista, outros 11.928 lotes usados como estacionamentos somam cerca de 2,7 km2 na cidade de São Paulo, segundo levantamento da Sempla (Secretaria Municipal de Planejamento), com base no cadastro TPCL (Territorial e Predial, de Conservação e Limpeza) da Secretaria Municipal de Finanças para o ano de 2006. Embora tenham algum tipo de ocupação, os terrenos-garagem são considerados por urbanistas áreas subutilizadas e constituem uma outra espécie dos chamados "vazios urbanos". Muitos proprietários, dizem especialistas, mantêm seus lotes sem uso para aguardar a valorização imobiliária, e por isso dão um uso temporário que não exija grande investimento, como estacionamentos.
"São áreas de grande potencial construtivo e as garagens poderiam estar no subsolo. É por meio desses vazios que as cidades se transformam", afirma a professora Andrea Borde, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, que fez doutorado na França sobre os "vazios urbanos".
Fonte: Folha de S. Paulo (SP), 25 de novembro de 2007