A Prefeitura de São Paulo, comandada por João Doria (PSDB), conseguiu 26 interessados em assumir 14 parques municipais na capital paulista, entre eles o Ibirapuera, Independência, Trianon e Aclimação. O resultado surpreendeu a administração municipal, em seu primeiro teste para a transferência da gestão dos parques para a iniciativa privada. Doria deve lançar o edital de concessão dessas áreas entre outubro e novembro e os vencedores da licitação poderão explorar o uso de estacionamentos, de wi-fi e restaurantes, além de obter recursos com shows e locação para gravações.
Entre os 26 interessados na gestão dos parques estão empresas, instituições financeiras, hospitais, shoppings, organizações sociais (OSs) e ONGs, segundo o secretário de Desestatização e Parcerias, Wilson Poit.
A consulta pública foi lançada em maio e terminou dia 9. Os nomes dos habilitados pela prefeitura devem ser publicados nesta semana, no "Diário Oficial do Município". O chamamento público foi uma espécie de "termômetro" para a prefeitura medir o interesse da iniciativa privada na gestão dos parques. Segundo o secretário de Desestatização e Parcerias, o número de interessados foi maior do que a prefeitura esperava. "A despeito da crise, foi uma surpresa ver a confiança dos investidores", afirmou Poit. Segundo o secretário, as instituições habilitadas pela prefeitura são as empresas e entidades que demonstram "saúde financeira" e capacidade para gerir parques. As empresas e entidades interessadas terão 60 dias para apresentar estudos com o plano de negócios, com investimentos e contrapartidas que pretendem para os parques. A partir das manifestações de interesse, a prefeitura vai definir o modelo de concessão.
A capital tem 107 parques municipais, cuja administração custa cerca de R$ 180 milhões. A gestão optou por lançar um pacote inicial com 14 parques atrativos, que deve influenciar a concessão dos outros 93 parques. As áreas serão oferecidas em "combos", com quatro ou cinco unidades. Os parques mais disputados serão ofertados com unidades com menor interesse econômico.
O secretário disse que, a princípio, a concessão dos parques deve ser para o período de dez anos, com a possibilidade de ampliar esse prazo. "Vai depender do tamanho do investimento proposto para os parques. Se o investimento for alto, o prazo pode ser maior", disse.
Poit não afirmou quanto a prefeitura pretende arrecadar com a concessão, mas disse que deve ser o suficiente para cobrir custos anuais de R$ 80 milhões. O secretário reforçou que o acesso aos parques continuará livre e gratuito e os administradores não poderão cobrar pela entrada.
Fonte: Valor Econômico - 14/06/2017