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Sobre distanciamento social, mobilidade urbana e tecnologia

 

Com a pandemia da covid-19 e as medidas de distanciamento social preconizadas pelos órgãos de saúde, os estacionamentos precisaram acelerar o processo de automação e estendê-lo a todas as etapas de interação com os usuários para garantir o acesso ágil e seguro a hospitais e aeroportos, entre outros locais.
Quando falo em todas etapas de interação, quero dizer que a automação precisa acompanhar a jornada do cliente antes mesmo de ele chegar ao estacionamento, a começar pela possibilidade de reservar a vaga online ou pagar a tarifa antecipadamente e chegando até rápida abertura e fechamento das cancelas, fator que contribui para melhorar a mobilidade no entorno de locais movimentados.
Nesse sentido, o uso das mais diversas tecnologias tem se mostrado fundamental. Exemplo disso é o contactless (sem contato, em português), que tem sido grande aliado dos estacionamentos em todos os aspectos, a começar pela questão da saúde, já que contribui para manter o distanciamento social.
Pagamentos por aproximação
Desenhado originalmente para permitir pagamentos por aproximação, o contactless vai muito além dessa funcionalidade. No caso dos estacionamentos, essa tecnologia pode ser aplicada de diversas formas, como quando o usuário faz a reserva online de uma vaga por meio de aplicativo ou site e recebe um QR Code para entrar e sair do local sem precisar emitir tíquete físico.
Outra solução tecnológica é o reconhecimento da placa do veículo na cancela de entrada. Trata-se de um mecanismo que monitora a trajetória do veículo no estacionamento e, além disso, já está integrado aos sistemas automáticos de pagamento.
A oferta de serviços customizados é outra tendência no segmento de estacionamentos durante e após a pandemia. E um dos caminhos para ajudar nessa customização é a utilização de dados colhidos na chegada e na saída do cliente do estacionamento.
Com esses dados, é possível saber os dias e horários em que o cliente visita o estabelecimento e quanto tempo passa lá dentro. Tais informações são cruciais para elaborar estratégias de marketing mais assertivas e direcionadas ao público, tudo em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor em 2021.
As estratégias para aperfeiçoar o atendimento ganham ainda mais importância ao olharmos para o horizonte próximo, quando algumas pesquisas indicam que cada vez mais brasileiros pensam em adquirir um veículo próprio para evitar o transporte coletivo.
Modelos flexíveis de operações
Em um levantamento sobre mobilidade urbana realizado em junho último pela empresa de pesquisas de mercado Opinion Box, com 2 mil pessoas, aproximadamente 68% dos entrevistados afirmaram que pretendem utilizar carros próprios ao fim da quarentena.
Ao olharmos para fatores como o possível aumento da frota em circulação, bem como o afrouxamento gradual das restrições à circulação, o crescimento do home office e dos turnos alternados de trabalho nos escritórios – e menor ocupação de edifícios comerciais –, os estacionamentos serão cada vez mais pressionados a pensar em modelos flexíveis de operações.
Sendo assim, os tradicionais planos voltados a mensalistas terão de ser adaptados à nova realidade. O setor precisará de muita criatividade e estudos aprofundados para criar modelos eficientes de fidelização de clientes que usam as vagas de forma fracionada, uma ou duas vezes na semana, e trabalham em horários variados.
A missão de antecipar os próximos passos da vida em sociedade não é fácil, mas temos insumos interessantes para planejar as ações, aperfeiçoar o atendimento aos clientes – sejam eles corporativos, sejam usuários finais – e assegurar que os estacionamentos continuem a desempenhar o importante papel de hubs de mobilidade urbana.
Fonte: Estadão, artigo de Marcelo Nunes, CEO do Grupo PareBem, 23/07/2020

Categoria: Geral


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