A dificuldade de estacionar em São Paulo a gente já sabe. E aí quando encontra uma vaga surge outro problema: o preço do estacionamento. Acredite, tem local por aí cobrando até R$ 30,00 por apenas 1 hora.
Davi Correa ficou pouco mais de uma hora nesse estacionamento pra uma consulta nesse hospital da Zona Sul. E não gostou nada da conta do estacionamento. “Foram 30 reais por 1 hora, achei muito abusivo o preço.
Se ele tivesse andado um pouco mais, conseguiria até economizar (placa de estacionamento informa R$ 7,00 ½ hora). Na avenida Ibirapuera tem estacionamento a 10 reais a primeira hora.
Moema é um dos bairros mais caros para estacionar na capital. A média da primeira hora por lá é de R$ 10,32, segundo levantamento do sindicato dos estacionamentos paulistas, o Sindepark. Mas tem lugar mais caro. No Itaim Bibi, custa R$ 11,89, nos Jardins, R$ 11, 62, no Morumbi, R$ 10,43 os primeiros 60 minutos. Mais em conta mesmo, só em bairros afastados do Centro. Na Vila Medeiros, Zona Norte, a primeira hora sai por R$ 3,36. em Itaquera, na Zona Leste, R$ 4,38, e em Cidade Adhemar, na Zona Sul, R$ 3,89.
Por dia, cerca de 2 milhões de carros entram e saem dos estacionamentos da capital, que tem 500 mil vagas. Aí, a lei da oferta e da procura entra em ação. Onde tem mais gente precisando parar, a hora fica mais cara. E mesmo com valores tão altos, tem quem prefira assumir a conta pra evitar dor de cabeça.
“A gente não tem segurança na rua e eu sempre opto por estacionamentos oficiais ou valet, quando a empresa que tenho de visitar oferece”, afirma uma motorista.
No Centro, tem até promoção (placa de estacionamento com o valor promocional de R$ 9,99, por ½ hora), mas continua caro do mesmo jeito.
Foi só uma paradinha pra almoçar e o João, que é de Iguape, no litoral, desembolsou R$ 10,00. “Hoje você acha hotel bom por R$ 79,90. E se paga estacionamento aí R$ 70,00, 80,00 por dois dias, é a mesma coisa”, diz.
Na Faria Lima, o preço da primeira hora custa o dobro de onde o João parou, R$ 19,00, 20,00, salgado, bem salgado, mas às vezes é o único jeito.
“Eventualmente você tem os flanelinhas, que além de você pagar a Zona Azul mais caro, porque ele vende mais caro, você não consegue vaga, porque falta vaga”, afirma o médico Eduardo Azevedo.
Numa cidade com transporte público eficiente cobra o que o estacionamento quiser, você tem a opção de ir com o carro e aí paga o que cobrarem, mas no caso de São Paulo é difícil, e ainda surgem os flanelinhas, como disse o médico entrevistado.
Fonte: Bom Dia São Paulo (TV Globo), 12 de outubro de 2015
Nota:
O Sindepark enviou ao Bom Dia Brasil as informações solicitadas, junto com a nota abaixo, que não foi mencionada na matéria:
“O Sindepark informa que, de acordo com o levantamento da entidade, os valores médios da primeira hora cobrados pelos estacionamentos variam entre R$ 3,89 e R$ 11,62. A diferença entre as tarifas acompanha a valorização imobiliária e IPTU de cada uma das regiões da cidade. Em função da crise econômica, houve uma considerável redução do número de usuários, e as empresas, para manterem a sobrevivência e evitarem demissões, reduziram em até 30% o valor das tarifas em alguns casos, principalmente para mensalistas. Neste ano, o Sindepark tem orientado os associados a procurar os proprietários de terrenos, prédios comerciais e empresariais, em busca da redução do aluguel pago pelas empresas de estacionamento, uma vez que os valores de locação para estes estabelecimentos ainda estão muito elevados. Se esta demanda for atendida pelos locadores, certamente haverá uma redução muito mais efetiva.”