Por Jorge Hori* - Jair Bolsonaro, decidindo assumir efetivamente a Presidência, atendendo a diversos reclamos, toma duas providências enérgicas: determina aos filhos que se contenham nas manifestações pessoais, para vencer a impressão pública de que é comandado por eles, e assume diretamente a articulação política para a aprovação da "sua" reforma da Previdência.
A sua reforma da Previdência não é a de Paulo Guedes. É a do "baixo clero", do qual participou durante 28 anos e mantém resquícios. É uma reforma desidratada, com a retirada dos itens requeridos pelo centrão, que congrega a maioria dos votos do baixo clero.
Apesar de desidratada, é aceita pelo mercado, para o qual é importante uma reforma da Previdência, mais pelo simbolismo do que pelos efeitos objetivos, que ocorrerão mais a longo prazo.
Paulo Guedes passará a focar a reforma tributária, envolvendo - principalmente - a descentralização dos recursos e a abertura da economia.
Esta tem menor repercussão popular, mas terá maior impacto sobre a economia.
Um desses será o acirramento da concorrência, com maiores importações e facilidade na abertura da empresas. O setor de serviços será o mais impactado, incluindo os serviços pagos de estacionamento. Qualquer um poderia facilmente abrir um estacionamento formal.
Com a retirada da reforma da Previdência do topo da pauta governamental, o pacote anticrime de Sérgio Moro tomará o lugar. Bolsonaro, assumindo o comando político da aprovação do pacote no Congresso, melhora o apoio popular e gera maior confiança na economia. Essa volta a crescer mais fortemente.
O risco deste cenário está nas recaídas pessoais do presidente, com medidas impulsivas e intervenções desastradas na economia, comprometendo a confiança do mercado.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
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