Os mogianos desembolsam entre R$ 2,50 e R$ 6 por hora para estacionar na região central, uma variação de 140%. Os valores variam de acordo com a localização dos estacionamentos. Enquanto nas ruas mais distantes do centro o valor é menor, quanto mais próximo ao Mercado Municipal e calçadão, o preço fica mais alto.
Com a decisão da Prefeitura de Mogi em retirar 40 vagas de estacionamento rotativo, a tendência é de que a procura pelas vagas particulares cresça. O preço mais acessível nas ruas mais distantes da região central é uma maneira de atrair os clientes. Mesmo assim, a medida não tem surtido o resultado esperado. O comerciante José Antonio Bernardo Filho, de 68 anos, informou que há cerca de um mês baixou o valor da hora de R$ 4,50 para R$ 4. “Desde dezembro do ano passado estamos sentindo queda no movimento. Tivemos uma redução de 40% na procura. Não sei se o Uber tem contribuído com isso, pois as pessoas têm optado por deixar o carro em casa. Em uma semana de pagamento era para esse lugar estar cheio. Tive que demitir funcionários”, disse. Situação parecida vive o caixa Edivaldo Santos, 63, que viu a clientela minguar nos últimos tempos. Ele trabalha em um estacionamento da rua Brás Cubas. “Antes, o estacionamento lotava, hoje não conseguimos mais. Baixamos o valor de R$ 6 para R$ 3,99 para atrair mais pessoas”, contou.
Nas ruas mais próximas do Mercadão e das lojas populares, o valor do estacionamento aumenta. Na rua Barão de Jaceguai, a hora fica entre R$ 5 e R$ 6. O mesmo vale para a rua Coronel Souza Franco, onde a maior parte das vagas rotativas fora retirada.
O manobrista Evangivaldo Azevedo Coto, 53, atua em um estacionamento da rua Professor Flaviano de Melo e disse que o movimento no local cresceu depois da retirada das vagas. “Não achei certo retirar. Atrapalha os lojistas, acho que todos têm que ser beneficiados. Estamos cobrando R$5 ahora e as demais R$ 4. Tem local que é mais caro, mas é uma decisão de cada um, pois temos gastos com funcionários e impostos. O último reajuste foi feito há um ano e meio. Se aumentar mais, as pessoas não vêm para o centro”, ressaltou.
Câmara discute saída para problema
Em busca de alternativas para encontrar uma saída para a falta de vagas na região central e aquecer o comércio, o vereador Pedro Komura (PSDB) deve se reunir com a diretoria da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC). Na última semana, o parlamentar sugeriu a criação de um ‘trenzinho’ para transportar os clientes de estacionamentos para o centro.
De acordo com Komura, a ideia foi bem aceita pelas pessoas. “Recebi vários telefonemas de pessoas que querem dar sugestões para a questão das vagas de estacionamento na região central. A ideia surgiu da necessidade de revitalizarmos o centro. É questão de tempo para que a Coronel Souza Franco se torne um calçadão, além de outras ruas. Assim, os carros não vão conseguir chegar”, destacou. Komura ressaltou que o número de veículos tem crescido no município e a região central não consegue comportar este aumento. “A cada mês temos mil novos carros. É preciso criar bolsões de estacionamentos. A ideia do trenzinho é passar pelos estacionamentos particulares e levar os clientes para o centro. As lojas podiam fazer parcerias. Isto também se tornaria uma atração e as pessoas poderiam carregar as compras com mais facilidade. Vamos nos reunir para discutir alternativas”, ressaltou. O vereador Mauro Araújo (PMDB) defendeu que alternativas para a escassez de estacionamentos sejam debatidas. “A discussão precisa ser feita. É preciso ter parcerias com os comerciantes e alguns empresários. Talvez uma PPP (Parceria Público Privada) seja uma saída”, disse. Para o peemedebista a construção de edifícios-garagens poderia ser uma alternativa viável. “Podemos pegar a área da praça Oswaldo Cruz, construir um edifício e colocar a praça em cima. Existe ainda, a própria área da antiga NGK”, acrescentou.
Fonte: Diário do Alto Tietê - SP - 09/07/2017