Cineminha, compras e, para arrematar o passeio, um lanche na praça de alimentação. Parece divertido, mas a ida ao shopping pode trazer alguns transtornos. Um levantamento realizado pela associação Proteste, entidade sem fins lucrativos que defende os direitos do consumidor, traz uma má notícia para os cariocas: os estacionamentos de importantes centros comerciais da cidade estão repletos de falhas. Com base no Código de Segurança contra Incêndio e Pânico adotado no Estado do Rio, os pesquisadores da associação visitaram, em junho, dez endereços, analisando as condições das áreas destinadas aos automóveis.
Além de itens básicos como a presença ou não de extintores em plena validade, hidrantes bem localizados e saídas de emergência, foram verificados detalhes como a existência de câmeras de segurança e de identificadores eletrônicos de vagas. O resultado do levantamento, que VEJA RIO obteve com exclusividade, assusta. Em alguns casos existe até risco iminente de acidentes. “Já esperávamos encontrar determinados problemas, como extintores vencidos, mas outros nos surpreenderam - havia, por exemplo, muita sujeira e hidrantes trancados com cadeado”, afirma Carlos Confort, técnico responsável pela pesquisa. As falhas costumam aparecer logo na chegada aos estabelecimentos. Entre os pesquisados, apenas quatro - Rio Design Barra, Shopping Leblon, Botafogo Praia Shopping e Rio Sul - informam, em todas as entradas, a quantidade de vagas disponíveis.
Nos outros, o jeito é contar com a sorte (de ter algum carro saindo) ou seguir subindo rampa. Uma vez estacionado o veículo, é só relaxar e se divertir, certo? Não. No Metropolitano, na Barra, uma tampa de bueiro quebrada poderia provocar a queda de quem passasse por ali. No Shopping Tijuca, havia material inflamável acondicionado sem nenhum cuidado, assim como no Shopping da Gávea e no Norte Shopping. Outro alerta: a quantidade de câmeras de segurança instaladas no estacionamento desse último e também na zona de parqueamento do Nova América é insuficiente. Já no Rio Sul, em Botafogo, existem pontos cegos, ou seja, algumas áreas da garagem ficam desprotegidas.
Acometido por um incêndio de grandes proporções em fevereiro, com chamas que lamberam 20% do prédio e danificaram 40 lojas, o Nova América apresentou o pior resultado geral na avaliação.
Entre os 15 itens investigados, foram verificadas 12 falhas. Em nota, a administração do shopping afirmou que o empreendimento está passando por obras de recuperação, que tem licenças de operação, inclusive certificado do Corpo de Bombeiros, e que se encontra preparado para atender o público em eventuais emergências, mas vai apurar todas as questões levantadas para ajustes.
Fonte: Revista Veja Rio (RJ), 5 de agosto de 2015