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O que são preços administrados e por que eles estão pressionando a inflação


Os preços administrados foram uma das principais pressões no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador que mede a inflação para consumidores, nos 12 meses até maio de 2021.
Os preços administrados são os serviços e produtos com reajustes definidos por contratos ou regulados pelo setor público. Ou seja, a variação de seus custos não é determinada pela oferta e demanda do produto ou serviço no mercado.
Combustível, energia elétrica e planos médicos são alguns deles.
O preço da gasolina e do diesel nas refinarias brasileiras é definido pela Petrobras e isso impacta no preço final. A bandeira tarifária da conta de energia é determinada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Os outros produtos são chamados de “preços livres”, aqueles que variam conforme a quantidade de produtos disponíveis no mercado e o número de compradores. É o caso dos alimentos.
Os preços administrados representam cerca de ¼ do total do peso do IPCA, segundo Pedro Kislanov, gerente do índice dentro do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“São itens bastante representativos, como a gasolina e a energia elétrica, que acabam pesando muito no bolso das famílias brasileiras“, diz Kislanov.
Nos 12 meses até maio de 2021, esses itens acumularam uma alta de 13,08%. Eis a íntegra (58 KB). O IPCA, que além desses itens também acompanha a inflação de diversos outros produtos e serviços, foi de 8,06% no mesmo período.
“É uma alta expressiva, bem acima do índice em geral”, afirma o gerente do IBGE. Segundo ele, o resultado também está acima dos itens de serviços do IPCA.
O chefe da Divisão Econômica da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Carlos Thadeu de Freitas, afirma que a alta nos preços administrados “tira a renda dos consumidores“. Isso porque eles acabam gastando mais com esses itens (gasolina, energia elétrica,..) e tendo menos renda para gastar com outros produtos e serviços.
Os itens com preços controlados também afetam os produtores e prestadores de serviços. Isso porque o gasto maior com energia e combustível também os impacta.
Mas Kislanov afirma que os preços administrados pesam principalmente para as famílias mais pobres. “Não tem muito como abrir mão de certos gastos. Não tem como deixar de pagar conta de luz“, diz.
ALTA EM 2021
O aumento dos preços dos combustíveis foram a principal influência no acumulado de maio dos administrados. No período o valor da gasolina subiu 45,8%.
A variação dos preços dos combustíveis nos próximos meses “vai depender do comportamento do dólar e do preço internacional do barril de petróleo“, segundo Kislanov. A política de reajustes da Petrobras é definida por esses fatores.
Outro fator que está pressionando a alta dos itens administrados foi o adiamento de reajustes em 2020. Muitos reajustes foram represados no ano passado. Acumularam para 2021. Agora, pesam na inflação deste ano.
Kislanov cita os planos de saúde como exemplo. “Eles postergaram para 2021 o reajuste de 2020. Estamos verificando no IPCA desde janeiro [de 2021] a parcela de 2020“, diz.
O gerente do IBGE, no entanto, afirma que a aceleração da inflação não está acontecendo só no Brasil. A inflação norte-americana também veio acima do esperado e outros países também estão passando por isso, segundo ele.
“Houve uma emissão de moeda muito forte ano passado. E isso acaba chegando na inflação“, diz.
JUNHO
Os preços administrados devem ter uma variação ainda maior, pressionados pela bandeira vermelha 2 na energia. “Terá um acréscimo adicional em relação ao que já teve em maio na conta de luz”, segundo Kislanov.
O boletim Focus, relatório do Banco Central com previsões de analistas do mercado financeiro, projeta que o acumulado dos preços administrados em 2021 será de 8,27%. Eis a íntegra (276 KB) do documento divulgado em 7 de junho de 2021. O valor está abaixo do acumulado de 12 meses em maio.
Fonte: Poder 360, 14/06/2021

Categoria: Geral


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