Parking News

Por Jorge Hori*

Pesquisas realizadas pelo SINDEPARK, corroboradas por controles internos dos estabelecimentos, indicam que entre 60 e 70% dos usuários não pagam diretamente o valor dos serviços. Ou são condôminos do mesmo prédio, com direito a algumas vagas, ou recebem o direito de estacionar como benefício, complementar ao salário: um benefício sobre o qual não há encargos fiscais ou previdenciários, tanto para o empregador como para o empregado.
Dadas essas condições, eles estão imunes aos preços ou mesmo aos serviços oferecidos. Não é a qualidade dos serviços ou preços menores que mantêm a fidelidade do usuário, mas o benefício.
A ideia de que o estacionamento caro desestimula o uso do carro, e poderia até mesmo ser um substituto do pedágio urbano, é parcial. Uma grande parte dos motoristas que vai aos locais de destino e busca um estacionamento pago o faz porque não paga (ou tem a sensação de que não paga) pelo uso da vaga ou do serviço: "Vou de carro, porque tenho estacionamento de graça!".
Uma política pública de estímulo à concentração imobiliária de escritórios em torno das estações de metrô, com uma quantidade relativa menor de vagas, pode mudar esse quadro.
As mesmas pesquisas, com usuários do Metrô, indicam que mais de 90%, portanto a quase totalidade, completam o seu trajeto até o destino a pé. Como o principal motivo do deslocamento (ou das viagens) é o trabalho, o usuário só usa o metrô se o seu local de trabalho estiver próximo a uma estação. Por outro lado, como ele também chega à estação onde toma o trem a pé, significa que o usuário predominante do metrô é aquele que mora e trabalha próximo a uma estação de metrô. Os que vão de carro e o deixam estacionado junto ou próximo à estação, seguindo de metrô até o seu destino, seriam poucos. Como também seriam poucos os que chegam de ônibus até a estação ou seguem de ônibus a partir da estação até o seu destino.
A recente abertura da Estação Fradique Coutinho, na rua dos Pinheiros, onde existem diversos restaurantes, seria um bom exemplo para se examinar. Com a sua inauguração haveria um aumento de frequência com clientes chegando de metrô? Em quanto tempo isso pode acontecer?
Clientes tradicionais que costumavam ir de carro mudarão para o metrô e desafogarão a rua dos Pinheiros? No sábado, dia 29 de novembro, a impressão era de que não. Na hora do almoço continuava tão cheio como anteriormente.
O metrô não tirou ainda os carros da rua.


* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.

Categoria: Fique por Dentro


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