A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) fez o estudo das vagas potenciais, mas afirma que nem todas necessariamente farão parte do sistema. A Zona Azul começou a ser implantada no município em 1979, mas foi restringida apenas ao perímetro do Centro e Guanabara. A maior parte do Cambuí, por exemplo, considerado um dos bairros da cidade mais difíceis de se encontrar vagas de estacionamento na rua, não tem a cobrança. A novidade desagradou moradores de Barão Geraldo, onde o sistema será implantado na área central. Eles alegam que o comércio no distrito não é tão movimentado para justificar a cobrança. A falta de recursos públicos para investimentos foi a justificativa da Administração para a terceirização.
O aumento do número de vagas se baseia no crescimento da frota, que cresceu 134% de 1995 a 2013. Ainda segundo a Emdec, em texto publicado no Diário Oficial no último dia 18, o estacionamento rotativo pago proporciona a democratização do uso do solo público, beneficiando o comércio local, os usuários e a coletividade. A fiscalização ficará a cargo dos agentes da Emdec.
Parquímetros
Outro argumento da Prefeitura é a modernização do sistema, que hoje é completamente manual. O novo modelo de parquímetros será eletrônico e informatizado. Empresas interessadas em explorar o serviço deverão entregar os envelopes com as propostas até o próximo dia 7 de janeiro, mas não há data para o início da cobrança. O contrato será válido por 15 anos, podendo ser renovado por mais 15. O valor não está definido. Chefe do Departamento de Zootecnia e Transportes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Percival Bisca afirmou que o estacionamento rotativo é importante em regiões de muito comércio.
"A Zona Azul afugenta pessoas que estacionam o carro na rua de manhã e só buscam à noite. Esses veículos devem escolher vagas mais distantes", disse.
Barão
Em Barão Geraldo, nas avenidas Princesa Isabel, Modesto Fernandes e ruas Benedito Alves de Aranha e Maria Luiza Buratto Páttaro, a disputa por uma vaga é grande. No entanto, moradores não veem com bons olhos a cobrança.
"Sou contra pagar para estacionar porque tenho certeza que a segurança não vai aumentar. É uma forma de tirar mais dinheiro do motorista. Não tem por que Zona Azul em Barão", disse o técnico em lycra Kleberson Henrique Alves, de 26 anos, que já teve o carro roubado. O professor Wilson Jorge, de 50 anos, disse que Barão não tem tantas lojas que justifiquem os parquímetros. O aposentado Wilson Encarnação, porém, acredita que a cobrança pode aumentar as vagas disponíveis. "É muito difícil estacionar no centro de Barão. Tem carros que ficam aqui o dia todo."
Fonte: Correio Popular (Campinas), 29 de novembro de 2014