O levantamento acompanhou durante seis meses os pacientes que precisaram de internação no instituto. Foram 84 pessoas. Em 2004, 51% dos pacientes nessa situação eram motoboys. No novo estudo, produzido entre maio e novembro do ano passado, apenas 33% das vítimas usavam a moto como ferramenta de trabalho. Hoje, há cerca de 800 mil motos emplacadas na cidade, segundo o Detran (em 2004 eram 470 mil). A estimativa é de haver 200 mil motoboys na cidade.
"Em 2004, 30% deles (dos acidentados) recebiam até um salário mínimo (R$ 510). Agora, 37% recebem mais de quatro salários (R$ 2.040)", afirma uma das coordenadoras do estudo, a assistente social Kátia Campos dos Anjos. "Os pacientes, pessoas que iam casar, que estudavam, tiveram de mudar totalmente de vida", diz Kátia. "A renda familiar cai, porque ele (acidentado) fica impossibilitado de trabalhar. Por outro lado, o custo de vida sobe, especialmente com gasolina e estacionamento, uma vez que o paciente tem dificuldades para usar transporte público." Em média, essas pessoas ficam 18 meses internadas.
Outra mudança é o índice de mulheres envolvidas em acidentes, que dobrou. Segundo Kátia, na pesquisa de 2004, elas eram 5% das vítimas. Agora, são 10%. "Boa parte estava na garupa."
Fonte: Jornal da Tarde, 23 de junho de 2010