Lotados, ônibus e metrô retiram bancos (17/9/2007)
Tem passageiro que muda de caminho e viaja de metrô no sentido contrário ao seu destino apenas para entrar no vagão numa estação mais vazia, na esperança de conseguir ficar sentado no restante do percurso. É a estratégia do servidor público André Tadao Kameda. Ao sair todos os dias do trabalho no centro de São Paulo, ele volta uma ou duas paradas da Linha 3-Vermelha para só depois seguir na direção do Tatuapé (zona leste), onde mora. A prática, conhecida como viagem negativa, virou hábito de muitos porque está cada vez mais difícil conseguir um banco nos coletivos, tanto devido à superlotação crescente como à redução dos espaços para sentar.
A tendência prossegue com os trens e ônibus mais novos da cidade. No metrô, as 33 composições que vão ser compradas até 2010 terão 25% menos bancos do que as mais antigas. Quanto aos ônibus, em alguns casos, a capacidade para passageiros em pé dobrou, enquanto a dos sentados permaneceu quase a mesma. Um dos modelos regularizados hoje na prefeitura, por exemplo, tem 40 bancos e espaço para 84 pessoas em pé.
Fonte: Folha de S. Paulo (SP), 17 de setembro de 2007