Sem saber, motoristas do Rio vinham usando talões falsificados de estacionamento. Ao fim de uma investigação de quatro meses, a Polícia Civil desbaratou um esquema de fraudes no sistema Rio Rotativo, que regula vagas em áreas públicas do município. Um grupo de estelionatários, acusado de irregularidades, faturava cerca de R$ 200 mil por semana. As placas e os talões de estacionamento do sistema eram falsificados para que fosse possível vender mais tíquetes.
O esquema foi revelado em reportagem do “RJ TV”, da Rede Globo. Durante a investigação, a polícia descobriu que, em Copacabana, uma placa falsa do Rio Rotativo informava aos motoristas que o tíquete era válido por duas horas e deveria ser usado das 7h às 23h. Porém, a regra oficial é que o tíquete valha por até quatro horas, e a cobrança só poderia ser feita até as 19h.
A fraude forçava os motoristas a comprar mais tíquetes para permanecer nas vagas. Um dos sinais de falsificação era que muitas placas traziam a palavra “ticket” (tíquete, em inglês). Mas o material de divulgação do Rio Rotativo é escrito em português. Em casos mais grosseiros, o número 3 era transformado em 9 para aumentar o período de cobrança pelas vagas aos sábados, das 13h para as 19h.
Em Nova Iguaçu, na Baixada, foi encontrado um depósito com pelo menos 40 placas adulteradas e mais de mil talões de estacionamento falsos.
Fonte: O Globo - 20/10/2017