
Lançado em 1969 nos Estados Unidos, o Maverick era um carro barato que desejava repetir o sucesso do Mustang. Mesmo com preço baixo, o consumidor que queria dirigir um veículo com apelo esportivo tinha a partir de 1971, por US$ 194, o pacote Grabber, que traduzia os desejos de ter um carro esporte com preço baixo, na época menos de US$ 2 mil. O Maverick Grabber era como um carro básico com acabamento melhorado, assim como acontece por aqui hoje em dia, com as pretensas versões off road.
O Grabber tinha como principal argumento de vendas o seu acabamento. A novidade chegava à arena dos carros musculosos com grande apelo de marketing. Na dianteira o capô tinha faixas esportivas em tons foscos, bem como na parte inferior do carro, em diversas combinações. Os pára-choques diferenciados faziam o papel de spoiler. Além disso, o Grabber incorporava uma grade negra, faixa esportiva na parte traseira, teto de vinil (opcional), retrovisores esportivos em forma de cone, rodas com sobre aros e alguns outros mimos.
Ainda assim, o Grabber não era concorrente dos grandes esportivos como Chevrolet Corvette, Plymouth Barracuda ou Dodge Challenger com imensos motores de grande desempenho. Sua vocação era mesmo conquistar pelo visual, adicionado a sua reputação de carro barato e de fácil manutenção.
Infelizmente, o melhor que o mercado brasileiro teve em termos de Ford Maverick foi a versão esportiva GT, com o motor 302 V8, de 199 cv. O único exemplar do Maverick Grabber no Brasil que se tem notícia foi fabricado em 1974 e pertence ao colecionador e autor do livro Maverick: um ícone dos anos 1970 (Ed. Alaúde), Paul William Gregson.
Ele adquiriu o Maverick em 2004, em estado deplorável e totalmente descaracterizado, o que apagou o brilho da versão Grabber. A maresia corroeu uma parte considerável da lataria, o que exigiu uma restauração completa.
Em 1976 a versão Grabber seria substituída pela Stallion (garanhão, em português), com o mesmo apelo esportivo, porém com um certo tom de exagero. O carro tinha pintura em duas cores, rodas esportivas e o símbolo de um cavalo pintado sobre um brasão vermelho.
Em 1977 sairia de linha, já que as vendas decaíam ano a ano. O espaço do Maverick era rapidamente ocupado por modelos mais novos como o Granada e o Fairmont, mais adequados ao gosto do norte-americano para o que chamam de carro compacto.
No Brasil, a vida deste lendário Ford terminou mais tarde, em 1979, e até hoje, como também se sabe, uma legião de fãs se preocupa em manter sua história viva. Se depender dessa legião, o objetivo já foi alcançado. Outras informações sobre a linha Maverick podem ser encontradas na página que Paul William Gregson mantém apenas sobre a história e as curiosidades sobre esse modelo: www.museumaverick.com.br
Fonte: Webmotors, 24 de dezembro de 2008