Por Jorge Hori* - Diante dos congestionamentos, algumas pessoas têm buscado soluções alternativas, com apoio governamental e empresas dispostas a investir para oferecer as condições alternativas. Há soluções não motorizadas como a bicicleta comum e as motorizadas, que vão desde o patinete elétrico ao triciclo motorizado.
Não são soluções próprias, mas por importação de outras cidades, dentro da cultura do “vira-lata”. Para as tribos de classe média, se o país não adotar as mesmas práticas de cidades mais desenvolvidas, não seriam moderno. As novas modalidades seriam modernas e sua não utilização, um atraso.
Algumas dessas soluções, como a bicicleta, foram para atender à necessidade de locomoção a custo baixo, diante da pobreza da população. Com a melhoria de renda dessa população, como ocorre na China, as pessoas estão trocando a bicicleta pelo automóvel.
As soluções aos problemas reais poderão prosperar, como ocorreu com os carros compartilhados através de aplicativos, do tipo Uber, 99, Cabify e outros.
Soluções que são retrocessos, mesmo revestidos de novas tecnologias, adotadas por imitação, não se sustentarão.
Todas as soluções veiculares requerem estacionamentos e enquanto forem em pequena quantidade os veículos ficarão nas vias públicas. Com a eventual expansão, entrarão em choque com os pedestres. E, na visão dos modernos, toda prioridade deve ser do pedestre.
A alternativa são estacionamentos pagos. A dúvida é se, com os estacionamentos pagos, continuará havendo o interesse dos usuários, mesmo que os valores sejam muito inferiores aos dos carros. Provavelmente não. O que irá refrear o entusiasmo dos que acham que os veículos alternativos são a solução para a mobilidade urbana.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
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