A ideia é do Empanadas Argentinas, na Praça Fernandes Pacheco, no Gonzaga. Os proprietários, Danielle Talamo Fontaneta e Pedro Alegria, ambos arquitetos, há uma semana montam assoalhos de madeira removíveis, divididos em cinco pedaços de 1,12 metro cada um, diante do empreendimento, das 18 horas à meia-noite. Montados, ocupam 1,20 metro por 5,60 metros, aproximadamente o tamanho de uma vaga de automóvel. E fica na rua, deixando a calçada livre.
A intervenção é do lado direito da via, onde se proíbe estacionar. Do outro lado, parar o carro é permitido, o que faz o deck ficar rente ao trânsito. Sobre o piso de madeira vão mesas e cadeiras que acomodam até 15 pessoas. Ao lado, só há estabelecimentos comerciais.
Já há quem reprove a novidade. Ronaldo dos Santos, comerciante de 55 anos que mora nas proximidades, passou pelo local com amigos e reclamou. "É arriscado um carro atropelar todo mundo. A rua já é estreita e com muito movimento", diz. Pedro Alegria defende que a via não tem tanto movimento no horário.
"E por ser estreita, tem tráfego lento. Só tem 1,20 metro, e já passaram caminhões aqui. O espaço (para o trânsito) é mais que suficiente. Infelizmente, em Santos, as pessoas tendem a rejeitar tudo o que é diferente. Quem é pioneiro em alguma coisa acaba sofrendo preconceito", disse ele, explicando que, por ele e Danielle serem arquitetos e urbanistas, analisaram a ideia. As cidades, por décadas, foram pensadas para os carros. As calçadas ficaram cada vez mais estreitas, e estamos em processo de inversão disso.
CET vê ilegalidade
Opiniões à parte, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos entende que a ação obstrui a via, o que é ilegal. Portanto, intimou os proprietários a retirar o material.
Em caso de repetição, haverá multa. Mas o restaurante não vai desistir. "A gente está com o pedido de autorização na Prefeitura, e como (o processo) é muito moroso, ainda não foi concedido. Mas assim que a CET liberar, vamos montar. Não queremos que ninguém se sinta prejudicado. Faremos tudo de acordo", afirma Alegria.
Fonte: A Tribuna (Santos), 22 de novembro de 2014