Previstas no Plano Diretor, as vagas de garagem em prédios residenciais e comerciais deixarão de ser exigência para a construção de imóveis em Porto Alegre. O prefeito Nelson Marchezan assinou, dia 1º, um decreto que desobriga os empreendimentos de terem estacionamentos.
A medida é defendida pela prefeitura como forma de estimular construções mais sustentáveis na Capital e foi elogiada pelo mercado e por especialista. “Queremos mais vida na cidade. Quando a gente exige as vagas, inviabiliza isso. Agora temos expectativa de que serviços e comércios se instalem em regiões mais adensadas”, disse o secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Germano Bremm.
Segundo a pasta, 25% da área construída entre 2015 e 2018 foi destinada a estacionamentos em empreendimentos na Capital. Considerando apenas obras do Minha Casa Minha Vida, o número chega a um terço. Com a mudança, há expectativa de que condomínios desse tipo, hoje em zonas periféricas da cidade, sejam erguidos mais perto da Região Central.
Outro ponto sustentado pela prefeitura é que, sem a obrigatoriedade, os prédios terão mais condições de explorar as chamadas fachadas ativas, que corresponde à ocupação da área pelo comércio, com acesso livre à população e abertura para a via. O estímulo à circulação, na avaliação de especialistas, ajuda a melhorar a sensação de segurança. A mudança também está relacionada a outras medidas adotadas recentemente para estimular o uso do transporte público em Porto Alegre. Prédios sem garagem, na avaliação do poder público, poderão fazer com que as pessoas busquem outras formas de deslocamento.
Fonte: Zero Hora - Porto Alegre - 02/11/2019