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O arquiteto David Libeskind contou à Folha Ilustrada como, aos 26 anos, convenceu um empresário a construir um marco de São Paulo que é o Conjunto Nacional, localizado na Avenida Paulista e que abriga a sede do Sindepark. Diante dos olhos do homem que lhe encomendou o edifício, Libeskind desenhou numa folha em branco, há 54 anos, as primeiras linhas de um marco do "skyline" paulistano. "Minha sorte foi que ele era doido", diz sobre o homem que lhe encomendou a obra.
Então recém-formado arquiteto em Belo Horizonte, Libeskind acabara de se instalar numa pensão na Rua Bento Freitas, Centro de São Paulo. Levou seus desenhos e um currículo de poucas linhas para encarar o homem disposto a deslocar, do Vale do Anhangabaú para a Avenida Paulista, o centro comercial da cidade.
Hoje aos 79 anos - os últimos 15 anos enfrentando o mal de Parkinson -, Libeskind é tema de um livro que leva seu nome, recém-lançado pela arquiteta Luciana Tombi Brasil. O arquiteto conversou com a reportagem da Folha em sua casa no Pacaembu. Ele lembra que, naquela primeira reunião, o empresário José Tijurs ensaiou encerrar a conversa logo de cara, mas ele insistiu. "Eu disse que estava sem fazer nada e queria mostrar minhas idéias. Ele me deu um papel em branco e disse o que queria", lembra.
No traço de Libeskind, o Conjunto Nacional ocuparia todo um quarteirão do endereço mais nobre da cidade, juntando quatro ruas sob um teto coroado por uma cúpula metálica - a primeira do tipo construída no Brasil - e três torres contíguas de apartamentos.
"Dei um prolongamento da rua Augusta para dentro do Conjunto Nacional, era a rua mais chique de São Paulo. O Tijurs pegou a planta, consultou os banqueiros e disse que ia dar certo. Se fosse hoje, iam mandar diminuir o tamanho, seria outra história", conta.
Impressionado com as dimensões da galeria, Tijurs optou por montar lojas improvisadas no espaço que Libeskind pretendia deixar vazio. O incêndio que atingiu o Conjunto Nacional em 1978 deu fim a essa solução. "O fogo salvou o Conjunto Nacional. Não matou ninguém, mas limpou tudo."
Ou quase tudo. As intervenções na fachada, ornamentos que vieram com o tempo e o relógio na cobertura ainda irritam o arquiteto. Para a sua decepção, a Lei Cidade Limpa ainda não deu conta de limpar o terraço. "É horrível, esse relógio é desproporcional ao prédio", esbraveja.
Mas a estrutura principal continua a mesma. O piso da calçada externa reproduzido no lado de dentro marcou a fusão do espaço público com o privado e acentuou a vocação multifuncional do projeto de Libeskind, em sintonia com a época.
Fonte: Folha Ilustrada, 1º de março de 2008

Categoria: Geral


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