“Abril foi difícil e esperamos que maio e junho também sejam, mas não extremamente difíceis como foi o mês passado”, disse Luiz Moan, presidente da associação dos fabricantes de veículos, a Anfavea, ao avaliar o atual cenário do mercado interno brasileiro, após a pronunciada retração de 19% nas vendas acumuladas dos quatro meses de 2015 em comparação com o mesmo período de 2014 – que também já não foi um ano bom.
Com esse pensamento – e para não puxar as expectativas ainda mais para baixo como já fizeram algumas montadoras, consultorias e a associação dos distribuidores, a Fenabrave –, a Anfavea manteve inalteradas as projeções para 2015 inteiro, com estimativa de queda de 13,2% do mercado total de veículos em relação a 2014, para algo em torno de 3 milhões de unidades emplacadas. “Revisamos nossas previsões no mês passado já calculando que o segundo trimestre seria difícil como está sendo”, disse Moan.
Potencial
O nível de 893,6 mil veículos emplacados de janeiro a abril está abaixo até do verificado no resultado acumulado dos mesmos quatro meses de 2009, quando foram vendidas 909 mil unidades. Mesmo assim, Moan acredita que será possível vender a média de 263,5 mil veículos/mês nos próximos oito meses para atingir a projeção da Anfavea. O dirigente confia na provável aprovação integral do ajuste fiscal promovido pelo governo para trazer de volta a confiança do consumidor, que ao mesmo tempo será atraído às concessionárias por muitas promoções e descontos das montadoras.
O tombo nas vendas em abril, quando foram emplacados apenas 219,2 mil veículos, em recuo de 6,6% sobre março e de 25,2% ante o mesmo mês de 2014, foi justificado pelo presidente da Anfavea pelo número menor de dias de venda.
Fonte: Automotive Business, 7 de maio de 2015