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Mercado de carros autônomos entra em fase de aceleração

 

O carro autônomo não é uma aspiração tecnológica distante. Os veículos que rodam sem a participação ativa de um condutor vão começar a ganhar escala. Quem avisa é David Dias, diretor associado da Accenture Technology e um dos palestrantes do Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva (Simea) 2021, promovido pela AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva) em março.
O especialista diz que o mercado de carros autônomos vai dobrar até 2025, alcançando o valor de US$ 40 bilhões. Cabe a ressalva de que o aumento acontece sobre um volume ainda muito pequeno de veículos com a tecnologia vendidos no mundo, mas Dias entende que este é o começo de uma aceleração.
Semanas atrás, vários grupos de WhatsApp foram invadidos por um vídeo do serviço de carros autônomos da Waymo (empresa controlada pela Alphabet, a holding que comanda o Google). O viral trazia o ponto de vista de um passageiro brasileiro que fez uma corrida com a solução na Califórnia, nos Estados Unidos – e a impressionante e um tanto curiosa experiência de rodar em um veículo que não tem condutor. Para Dias, nos próximos anos a cena será cada vez mais comum globalmente.
“Teremos um aumento importante destes veículos, com o epicentro nos Estados Unidos, seguido da Europa e da China. Pode demorar um pouco mais para chegar em países em desenvolvimento, como o Brasil, porque dependemos também de um investimento na infraestrutura das vias”, observa o diretor da Accenture Technology.
Segundo ele, no primeiro momento, a maior expansão do mercado de carros autônomos será concentrada em modelos com nível 3 da tecnologia – aquele que demanda uma cooperação maior entre homem e máquina. O carro roda sozinho na maioria das situações, mas o motorista precisa estar preparado para assumir a direção em alguns momentos.
Entre tantas mudanças impostas pela automação à indústria automotiva, Dias aponta como uma das mais relevantes o crescimento exponencial do uso de Inteligência Artificial (IA, da sigla em inglês).
O especialista calcula que hoje qualquer projeto de empresas do segmento tem penetração de 20% a 30% de inteligência artificial. Esta é a parcela de processos e soluções que usam algoritmos para fazer julgamentos e tomar decisões a partir de dados. Isso vai desde as fábricas até o produto final. Em 10 anos essa participação vai saltar para entre 95% e 98%, estima Dias.
“O carro autônomo impulsiona a inteligência artificial, que será responsável por enorme disrupção no setor automotivo. Um veículo com a tecnologia gera entre 50 e 60 terabytes de dados em apenas um dia”, calcula.
Assim, antes de dar um salto para os veículos que dirigem sozinhos, ele sugere que a indústria automotiva pavimente esse caminho com muito conhecimento sobre inteligência artificial e o uso eficiente de dados. Segundo ele, é o melhor atalho para desbloquear todo o potencial de negócios e novas soluções que o carro autônomo tem a oferecer.
Fonte: Automotive Business, 16/03/2021

Categoria: Geral


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