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Vender carros ainda será promissor no futuro da mobilidade

 

As mudanças disruptivas que o mundo digital está trazendo para o setor automotivo não vão extinguir a necessidade da existência de concessionárias de veículos e seu core business - que é vender carros - ainda será essencial para o futuro da mobilidade. Esta é a conclusão de Charlie Gilchrist, chairman da NADA – associação que reúne o setor de distribuição dos Estados Unidos, e membro da ATD - American Truck Dealers, que ministrou a palestra de abertura do 29º Congresso Fenabrave, em São Paulo.

O executivo apresentou dados de um estudo recente realizado pela entidade em seu país sobre a relevância das novas tecnologias emergentes no setor automotivo, como carros elétricos, direção autônoma, serviços de compartilhamento, inteligência artificial, entre outras, e como estas tecnologias devem influenciar as preferências dos consumidores para o transporte no futuro.

“As críticas que temos ouvido sobre as concessionárias estarem ameaçadas no futuro com a evolução do setor são afirmações erradas. As pessoas ainda querem ter carro e a pesquisa mostra que elas têm pouco interesse em não ter a posse do veículo: apenas 9% são a favor de abrir mão do veículo”, disse Gilchrist.

Segundo o chairman, serviços de compartilhamento, que ele chamou de uberização, embora sejam práticos e úteis em várias ocasiões, ainda são considerados como um custo alto pelos entrevistados. Os números da pesquisa apontam que os custos com o Uber podem custar US$ 1.119,00 por ano para uma pessoa que não possui carro.

“Ser dono de um carro em nosso país tem um custo muito menor”, reforça ele.

Chamam a atenção os números que apontam que os millennials são o segundo grupo que mais compra carro em todo o mundo, perdendo apenas para sua geração anterior. “O resultado foi positivo em todas as faixas etárias e de renda”, acrescenta. “Nunca subestime o valor da liberdade de ir e vir; há muitos casos de rotinas em que o Uber não representa a melhor opção e é nesta avaliação sobre sua vida e como ela vai se movimentar ao longo de seu dia e de suas atividades que a pessoa tem a convicção de que o carro faz mais sentido.”

Embora os números apresentados por Gilchrist apontem que o core business das concessionárias ainda é um negócio promissor, ele não deixa de alertar aos concessionários presentes que devem sim buscar sua maior inserção no mundo digital.

“É necessário se adequar e estar preparado para a mudança do panorama da mobilidade, porque o futuro já chegou”, afirmou.

Fonte: Automotive Business, 06/08/2019

Categoria: Geral


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