A partir do dia 1º de janeiro de 2020, a Resolução CONTRAN nº 518/2015 tornará obrigatório que todo carro produzido no Brasil venha equipado de fábrica com cinto de três pontos e apoios de cabeça nos assentos centrais. O Autos Segredos consultou a entidade que confirmou que não há qualquer indicação de necessidade de prorrogação para que a norma entre em vigor. Assim, 13 modelos — produzidos por Citroën, Fiat, Nissan, Renault e Volkswagen — terão que se adequar à resolução ou sairão de linha.
Desde 2018, a Resolução CONTRAN nº 518/2015 já obrigava novos projetos a oferecerem cinto de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes.
Citroën
A Citroën terá que adequar o C3 e o Aircross para continuar ofertando os modelos em 2020. O C3 fica devendo os dois itens e o Aircross oferta somente o apoio de cabeça para o assento central. Em nota, a marca diz que ambos os modelos terão os equipamentos a partir de janeiro de 2020.
Fiat
Dos atuais modelos Fiat em produção, Doblò, Weekend, Grand Siena, Uno e Mobi ficam devendo um ou os dois equipamentos de segurança. “Todos os carros da gama Fiat serão atualizados para atender à nova legislação no próximo ano”, afirma Hugo Domingues, gerente-sênior de Marketing de Produto do Brand Fiat.
Alguns modelos, como Doblò e Weekend têm vendas muito baixas, o que deve ser levado em conta na análise da marca para investir na mudança ou, talvez, retirar os modelos de linha.
Na linha Fiat, o caso mais fácil de se resolver é o do Uno que já oferta os itens como equipamentos opcionais. Já o Grand Siena oferta o apoio de cabeça central, assim, considerando seus bons números de vendas, a marca deve considerar com mais carinho o desenvolvimento do cinto de três pontos para o banco central do sedã.
O Mobi não oferta nenhum dos dois itens, mas é o único modelo que já está em testes de rodagem por conta dos equipamentos. Nossa reportagem avistou protótipos com cintos de três pontos e apoio de cabeça central.
Volkswagen
Os modelos Fox, Gol, Voyage e Up! são os modelos da marca alemã que terão que se adequar à nova legislação. Questionamos a Volkswagen se seus modelos seriam adaptados à nova legislação. “A Volkswagen reitera o compromisso integral com a segurança, com a satisfação de seus clientes e com a legislação brasileira”, afirma a marca sem responder objetivamente.
Dos quatro modelos, o Up! é o projeto mais moderno e na teoria é o modelo mais fácil de se adequar os equipamentos. Na prática, seus números de vendas são baixos e, talvez, o investimento não valha a pena.
Gol e Voyage ofertam apoio de cabeça central e ficam devendo o cinto de três pontos. Ambos têm bons números de vendas juntos eles já venderam 74.660 unidades nos primeiros oito meses de 2019. Assim, a dupla deverá ser atualizada para atender a legislação.
O Fox é o modelo com situação mais delicada na gama Volkswagen. Projeto mais antigo da marca em produção, o hatch emplacou 27.096 unidades no acumulado de 2019. Assim como Gol e Voyage, o Fox tem bons números de vendas. Pesa contra ele a idade avançada.
A Volkswagen não revelou se irá retirar algum carro de linha. Em nota, a marca diz que “No momento oportuno daremos mais detalhes sobre a estratégia para cada modelo”.
Porém, nossa reportagem apurou que a morte do Fox é certa, em 2020, se a Resolução CONTRAN nº 518/2015 não for adiada. A marca inclusive aumentou em cerca de 10% os pedidos de peças para o Fox para os meses restantes de 2019. Uma outra fonte também confirmou que os pedidos de peças para o veterano hatch vão somente até dezembro.
Nissan
March e Versa ficam, pois são equipados com apoio de cabeça central e para atender a nova legislação terão que ofertar o cinto de três pontos central no banco traseiro. “A Nissan sempre está atendendo às legislações dos países nos quais atua. Assim, todos os modelos e versões terão os cintos de três pontos central a partir da fabricação de janeiro de 2020”, afirma o fabricante.
Renault
Na gama Renault, o atual Duster oferta o apoio de cabeça central e fica devendo o cinto de três pontos para o passageiro central do banco traseiro. Já é de conhecimento público que o SUV terá nova geração no próximo ano, assim a marca não fará investimentos para adequar o cinto à antiga geração. Deste modo, o atual modelo deixará de ser produzido no fim de dezembro. Como não há impedimento para vender unidades 2019/2020 sem os equipamentos, a marca deverá fazer estoque para manter as vendas até a chegada do novo Duster 2021.
Projeto mais novo, o Kwid foi lançado em 2017, mas para continuar sendo vendido o subcompacto terá que se adequar à nova legislação.
Fonte: Quatro Rodas, 06/09/2019