Um acordo de livre comércio de automóveis entre Brasil e Argentina foi anunciado, dia 6, no Rio de Janeiro, pelo ministro da Economia Paulo Guedes e pelo ministro argentino da Produção, Dante Sica. O último acerto entre os países, conhecido como flex, foi assinado em 2016 e acaba em junho de 2020. Nele, existe uma regra de 50% na relação de exportação e importação, ou seja, caso o Brasil exporte US$ 1 milhão para Argentina, não poderá importar mais que US$ 1,5 milhão do país vizinho e vice-versa.
O novo acordo prevê um aumento nessa relação passando de 50% para 300%. Ou seja, as exportações de um dos países pode exceder até três vezes o total de sua importação. Exemplo: se o Brasil exportar US$ 1 milhão da Argentina poderá importar US$ 3 milhões.
Mas as limitações têm tempo determinado. Em janeiro de 2029, tudo deve mudar e o livre comércio passa a valer sem que haja limite para importação e exportação entre os dois países.
Atualmente, cerca de 50% das exportações de automóveis brasileiros vão para a Argentina. Enquanto isso, o Brasil recebe 80% dos veículos argentinos.
Mercosul-União Europeia
O acordo tem mais um objetivo: alinhar as regras de comércio dos países para o acordo Mercosul-União Europeia. Em caso de acerto entre sulamericanos e europeus, os impostos sobre automóveis vindos da Europa seriam reduzidos de 35% para 17,5%.
Porém, inicialmente o Mercosul poderá importar um limite de 50 mil veículos anuais. Desses, 32 mil vêm para o Brasil.
Fonte: Quatro Rodas, 5 de setembro de 2019