Desde o dia 20, os valores da Zona Azul na capital estão reajustados: o CAD (Cartão Azul Digital) do sistema Zona Azul agora tem o valor de R$ 5,75, conforme Portaria 005/SMT, publicada em Diário Oficial.
O contrato de concessão do sistema Zona Azul, que entrou em vigor em maio do ano passado, prevê o reajuste a cada 12 meses.
Mais vagas
O contrato de concessão da Zona Azul para a empresa Estapar foi assinado em maio de 2020, mas só entrou em vigou em novembro do mesmo ano.
A concessão previa inclusive o aumento do número de vagas desse sistema rotativo pago, por toda a cidade.
Na região, várias ruas dos bairros Mirandópolis, Vila Clementino, Chácara Inglesa, Vila Mariana, Saúde, Jabaquara e outros tiveram demarcação de vagas, reduzindo as áreas de estacionamento gratuito, em especial nas proximidades de estações de metrô e áreas escolares ou comerciais.
No total, elas foram ampliadas em quase 10 mil vagas – de 41.825, distribuídas em 67 regiões, para 51.606 no total. Para exemplificar, a Vila Clementino já tinha 763 pontos de estacionamento rotativo e ganhou outros 456. A Vila Mariana tinha 731 e novas 204 vagas foram criadas, situação semelhante à da Praça da Árvore que teve adicionadas 203 vagas às 896 já existentes.
Polêmica
Na época da implantação das mudanças, o jornal SP Zona Sul ouviu moradores e comerciantes com opiniões divergentes. “Eu vou de bicicleta pra todo lado. Acho perfeito: quem tem carro tem que pagar para estacionar, mesmo”, dizia uma moradora da Praça da Árvore.
Um comerciante da Vila Mariana também celebrou a mudança. “É muito mais democrático, as vagas se revezam entre diferentes motoristas. Do jeito que está hoje, um motorista deixa ali o dia todo, sem pagar nada”, apostava.
Já um morador do Planalto Paulista que trabalha no centro discorda. “Eu uso transporte público, mas não tem metrô perto de casa. Eu saio cedo, estaciono próximo à estação Praça da Árvore e só retiro no fim do dia. Não vou mais poder fazer isso”.
Outro, que mora na Vila Clementino, reclama do que chama de “privatização do espaço público”.
Como funciona
Para usar as vagas administradas pela Estapar, é preciso instalar um aplicativo da empresa no celular. Com ele será possível efetuar a compra e habilitação do Cartão Azul Digital (CAD), para ser usado.
O sistema conta com facilidades como a função “Mapa de Ocupação” que identifica a disponibilidade de vagas em tempo real, otimizando o tempo de circulação do usuário, que, segundo a empresa, tem mais facilidade para encontrar uma vaga para estacionar.
Além disso, a companhia possui um portal exclusivo (estapar.com.br/novazonaazulsp), no qual é possível identificar pontos de venda próximos ao local em que deseja estacionar, acessar as funcionalidades do aplicativo e esclarecer dúvidas.
A renda da empresa concessionária vem da administração das vagas e, ainda assim, com pagamento de valores ao município. Já a verba das multas referentes ao estacionamento irregular por motoristas sem cartão é totalmente destinada aos cofres públicos.
Além dos agentes da Estapar, a companhia conta com uma frota de veículos equipados com câmeras que fazem a leitura automática das placas e, com geolocalização, abastecem uma central de informações do poder público que monitora o tempo de uso e cumprimento das regras.
Assim, serão os agentes públicos os responsáveis por aplicar as multas – a empresa só fornece os dados, que também permitem garantir maior disponibilidade de vagas para o cidadão, com segurança e confiabilidade, uma vez que há um acompanhamento em tempo real da operação, com dados estatísticos, imagens e vídeos. Os carros de vigilância não fazem outros tipos de fiscalização de trânsito, como infrações ao rodízio de veículo, por exemplo.
Fonte: São Paulo Zona Sul - 21/01/2022