Depois de algumas tentativas frustradas, a Prefeitura de Belo Horizonte volta a promover consulta pública destinada a identificar possíveis interessados na construção e operação de estacionamentos subterrâneos no hipercentro. A ideia é que sejam construídos cinco ou seis estacionamentos, um deles na região da Assembleia Legislativa, com oferta total de quatro mil novas vagas aproximadamente. O investimento é estimado em R$ 400 milhões e a concessão será por 30 anos. A frota de automóveis em circulação em Belo Horizonte já ultrapassou a marca de um e meio milhão de unidades, com uma média de emplacamentos diários de 170 veículos que entram em circulação, demandando espaço para que se movimentem e igualmente para que possam ser estacionados.
Entre os anos de 2002 e2012 afrota local cresceu 105%, contra 65% em São Paulo e 59% no Rio de Janeiro e um crescimento da população no mesmo período de apenas 6%. Paradoxalmente, os 4,6 mil quilômetros de vias públicas não foram aumentados enquanto o número de vagas para estacionamento diminuiu. Este evidente descompasso resulta em dificuldades de circulação bastante conhecidas e agravadas porque espaços laterais nas vias são comumente utilizados para estacionamento.
Circular é difícil, nos momentos de pico nas áreas mais centrais com velocidade inferior à de quem anda a pé, e o mesmo acontece com quem deseja estacionar. Lotes que eram usados com esta finalidade foram aos poucos sendo ocupados por construções. Em síntese, faltam vagas, problema que outras grandes cidades enfrentaram exatamente com a construção de estacionamentos subterrâneos.
Bom negócio para a cidade, que passaria a contar com um equipamento urbano de extrema necessidade, bom negócio também para quem bancá-lo. Se for este o entendimento tanto para a Prefeitura quanto da Câmara Municipal, que tem o papel de chancelar a iniciativa, o mais provável é que a nova consulta, agora anunciada, não fique sem resposta. E como um modelo a ser replicado na medida em que a demanda assim recomendar.
Fonte: Diário do Comércio - MG - 8 de março de 2016