Parado há mais de um mês, o comércio varejista de São Paulo de produtos não essenciais tenta dar a volta por cima para atenuar a perda de faturamento de mais de 60% desde a suspensão das atividades pela pandemia. Além da venda online, as lojas começam a colocar em prática outras formas de vender sem aglomeração: da retirada do produto no estacionamento da loja sem sair do carro até a venda de porta em porta.
Uma rede de lojas de bairro de materiais de construção, por exemplo, começou a vender por meio de caminhões itinerantes. A ideia é que, quando solicitados, esses veículos vão até condomínios para comercializar cerca de 700 itens básicos para reparos na casa. “O objetivo é atender ao cliente que não é familiarizado com a internet”, diz Juliano Ohta, diretor geral da rede.
De carro - Outra saída para evitar o contato é a venda por drive-thru, em que o consumidor não precisa sair do carro para fazer a compra ou pode comprar pela internet e passar de carro no estacionamento da loja ou do shopping só para retirar o produto. Faz duas semanas que o Shopping Cidade São Paulo, do grupo CCP, começou a vender por meio drive-thru. No início, eram cerca de dez lojas com essa opção de venda. Hoje, já são mais de 30. “É uma situação que a gente jamais imaginou”, diz a gerente do shopping, Roberta Naveiro. Ela explica que o modelo diminui o gargalo do delivery, que está sobrecarregado. Por ele, o lojista abre um canal de venda direto com o cliente, que pode marcar o horário de retirada da mercadoria. Hoje, além do Shopping Cidade São Paulo, mais quatro empreendimentos do grupo (Tietê Plaza, Grand Plaza, Shopping D e Shopping Cerrado) passaram a adotar esse sistema.
O Morumbi Shopping, do Grupo Multiplan, também adotou a venda por meio de drive-thru, conforme foi anunciado na sua conta no Instagram. Com a proximidade do Dia das Mães, comemorado neste ano no dia 10 de maio, e com a certeza de que o comércio não essencial ainda estará de portas fechadas, o varejo avalia que essa é uma alternativa para conseguir faturar na segunda melhor data depois do Natal.
Enquanto isso, empresários buscam formas de amenizar perdas. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), negociações entre lojistas e empreendimentos já resultaram em economias de R$ 2 bilhões aos locatários.
Fonte: O Estado de S. Paulo - Economia - SP - 02/05/2020