A expansão das redes de fibra ótica nas grandes cidades brasileiras nos últimos anos, os investimentos em modernização de equipamentos e o estabelecimento de protocolos técnicos unificados para os fornecedores têm tomado mais fácil a disseminação dos sistemas de controle de tráfego em tempo real no País.
Os semáforos inteligentes são capazes de reduzir o tempo de parada nos cruzamentos e aumentar a velocidade média dos veículos nas vias com muita variabilidade de movimento, além de permitir prioridade a ônibus municipais, ambulâncias e veículos a serviço do Estado. Por outro lado, são uma alternativa às obras civis de infraestrutura, nem sempre possíveis de realizar em decorrência de dificuldades financeiras das prefeituras e de desafios de execução.
A tecnologia garante maior eficiência no fluxo de carros nas interseções ao contar com um sistema adaptativo. Sensores instalados nas vias detectam o movimento de carros e passam os dados a controladores de tráfego capazes de definir localmente, por meio de uma análise algorítmica, a combinação mais adequada de tempos para um conjunto de semáforos interdependentes, priorizando a passagem de veículos na via que está com maior movimento. Já os controladores de tempo fixo, mais comuns, baseiam sua atividade em uma tabela de horários previamente estipulada com base em informações coletadas em campo.
Hoje, a capital paulista conta com mil cruzamentos com equipamentos adaptáveis em tempo real de um total de 6,1 mil.
Destes, 4,5 mil cruzamentos haviam recebido melhorias até o início de março por meio do programa, que prevê a recuperação das instalações elétricas e dos sistemas de proteção no subsolo, a instalação de 1,4 mil no-breaks, mil controladores e 1,8 mil dispositivos de detecção de falhas. Ao todo, 4,8 mil cruzamentos viários paulistanos receberão intervenções, e o investimento da ação é de R$ 221,94 milhões.
Desempenho
Além de beneficiar carros particulares, especialistas apontam que os semáforos inteligentes podem ser usados para priorizar a movimentação de ônibus, ambulâncias e veículos a serviço do Estado pelas ruas. Um passo seguinte de sofisticação do sistema, quando as cidades tiverem maior controle sobre as dinâmicas de tráfego, é o uso das informações para nortear políticas públicas e até o fornecimento de dados para empreendedores interessados em investimentos locais.
Uma pesquisa realizada pelo Grupo Digicon apurou que, após a adoção do sistema de origem australiana Sydney Coordinated Adaptive Traffic System (Scats), o tempo de espera dos veículos nos cruzamentos do entorno do Shopping Center Vale, em São José dos Campos (SP), diminuiu 30% em média. Já os tempos de percurso na região caíram de 5% a 52% em 12 dos 15 horários analisados pela empresa, que já instalou equipamentos em cerca de 70 cruzamentos do município.
Fonte: Revista Construção Mercado - 01/04/2016