Encerrada em março, a concorrência foi promovida pelo IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) de São Paulo em conjunto com a prefeitura. Para sair do papel, as propostas dependem de recursos e da decisão do poder público.
Entre os projetos vencedores, está o renascimento de um córrego em plena Bela Vista (região central de SP), que pode ser cercado por parques, casas e prédios altos de poucas garagens.
Outra ideia altera a paisagem de vias, como a av. Rebouças e a rua Estados Unidos, nos Jardins (zona oeste).
Trata-se de erguer prédios de até oito andares que ocupem quase todo o quarteirão. No térreo, comércio e lojas. Acima, casas ou escritórios.
O projeto do arquiteto Silvio Oksman para os Jardins recebeu menção honrosa. "A infraestrutura urbana dali precisa ser melhor aproveitada. É possível fazer projetos que envolvam áreas mistas [comércio e residências]", diz.
Segundo ele, outros bairros poderão receber prédios semelhantes no futuro, como Alto de Pinheiros, Alto da Lapa e Butantã, na zona oeste.
Já o projeto dos arquitetos Newton Massafumi Yamato e Tânia Regina Parma prevê que córregos e nascentes hoje escondidos sejam "destampados". "Recursos hídricos e nascentes não podem ficar tamponadas", diz Yamato.
"Eles precisam ser considerados no projeto de cidade, porque essas áreas melhoram a qualidade do ar, diminuem a poluição e também tornam a qualidade de vida melhor", argumenta.
Segundo Tânia, o projeto reabriria o córrego que atravessa o Bixiga (centro), perto de áreas com moradias de baixa qualidade, na r. Rocha.
"Nosso mapeamento mostra que existem milhares de nascentes na cidade que podem passar pelo mesmo processo", afirma a arquiteta.
Fonte: Folha de S. Paulo, 13 de julho de 2014