Por Jorge Hori* - A nova rodada de pesquisa do IBOPE para as eleições para prefeito de São Paulo, a primeira após o início dos programas obrigatórios pelo rádio e TV, mostra algumas tendências progressivas, sem grandes saltos, exceto a evolução de Jilmar Tatto.
Celso Russomanno mantém a liderança, com estabilidade em 25%, mas com viés de baixa. O apoio declarado de Bolsonaro à sua candidatura, o que é "colado" nos programas de TV, não teria ainda efeito positivo.
Bruno Covas continua crescendo dentro da margem de erro, mas com redução da taxa de rejeição. Com vitória no segundo turno contra Russomanno.
As tendências ainda não estão consolidadas, mas os indícios são de que Bruno Covas, por enquanto, está assegurado no segundo turno e Russomanno não.
Boulos continua crescendo, mantendo a taxa de rejeição. Não cresceu à custa do PT, uma vez que Jilmar Tatto teve a maior inclinação positiva, ainda que em nível ainda baixo.
O candidato credita ao programa da TV o seu crescimento, mas há outro fator que é escamoteado: o PT conta com o maior volume de recursos do fundo eleitoral, porém como a distribuição é nacional, Tatto ainda não estaria sendo agraciado com as maiores verbas. A direção nacional do partido estaria ainda cautelosa, esperando pela reação do candidato nas pesquisas e da definição de Lula. Ainda é uma incógnita.
Boulos avançou um pouco mais, com apoio da classe média de esquerda, que se autodenomina progressista. Os indícios são de uma continuidade da tendência, deixando de ser uma surpresa.
Artur do Val não decolou, apesar da intensidade de sua atividade na rede social. Sem contar com a mídia tradicional não aparenta ser um fator surpresa.
Com essa nova pesquisa apenas duas tendências estão mais evidentes: a melhoria da posição de Bruno Covas e o avanço do PT. A próxima rodada confirmará ou não as tendências.
A suspensão dos debates favorece os candidatos que estão na liderança, mas as entrevistas, ainda que individuais, representam um risco. O candidato pode "escorregar na casca de banana, lançada pelo entrevistador, e a sua resposta inadequada viraliza. Celso Russomanno já cometeu uma das suas tradicionais gafes.
Colar a sua candidatura a Bolsonaro ainda não apresentou resultados positivos, em que pese a melhoria da popularidade do presidente nas grandes capitais. A sua evolução é ainda instável, sem definir uma tendência clara.
As tendências mais claras são do crescimento gradativo de Bruno Covas e Guilherme Boulos, mas não há clareza sobre o teto de crescimento.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
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