Por Jorge Hori* - A comemoração dos 100 dias do governo Bolsonaro, coroando esse período, indica novos cenários alternativos para esse governo:
- Presidente Bolsonaro;
- Rainha da Inglaterra;
- Jânio ou Dilma?
No primeiro, o presidente Bolsonaro - ainda que inapetente para a função presidencial -, por um sentimento de disciplina e obrigação militar, resolve cumprir a missão a ele atribuída por quase 57 milhões de eleitores.
Para isso faria concessões pessoais para alcançar o bem maior: mudar o Brasil. Já acedeu a conversar com os líderes políticos que sempre o desprezaram e em relação aos quais mantém profundas mágoas, para conseguir o apoio na tramitação da Reforma da Previdência. Assumiu o comando do Programa de Metas, formulado por Onyx Lorenzoni, e firmou um conjunto de projetos de lei e de decretos para institucionalizar o cumprimento da meta.
Mas, ao fazer exercício da sua autoridade de presidente, já o fez de forma inadequada, mandando a direção da Petrobras sustar o aumento previsto do óleo diesel. Causou uma perda virtual de 32 bilhões de reais para os acionistas da Petrobras e uma perda de confiança do mercado.
O fato indicaria o cenário de um presidente gerando mais tumultos do que segurança para a economia.
O segundo cenário, como corolário do primeiro, seria de um controle maior da ala militar para conter os arroubos de um presidente impulsivo. Ele permanece formalmente na Presidência, para não gerar mais uma crise institucional, mas com atuação cada vez mais limitada. Tanto a ala militar como a sociedade deixam de exigir que Jair Bolsonaro assuma realmente a Presidência, porque passam a achar que ele exercer efetivamente a Presidência será pior para o Brasil.
O terceiro cenário, também consequência dos anteriores, é que Jair Bolsonaro é incontrolável. A ala militar pode controlar as suas ações dentro Palácio do Planalto, mas não conseguem evitar as suas manifestações pessoais, fora do Planalto, influenciado pelos filhos e pelas mensagens que recebe pela rede social, durante a noite e pela madrugada.
Não conseguindo controlá-lo e percebendo que a sua atuação desastrada pode colocar em risco o seu projeto para o Brasil, veem na sua saída a única solução.
Podem pressionar pela renúncia, o "pede para sair", ou esperar por um deslize burocrático, que possa ser caracterizado como crime de responsabilidade fiscal. Como ocorreu com Dilma.
*Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
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