Parking News

Novas regras para as calçadas

 

Por Jorge Hori* - A "bola da vez" nas políticas de mobilidade urbana é o pedestre e, como consequência, as calçadas.

Os movimentos pró-calçadas não são recentes, mas sempre encontraram muita resistência. Essas agora parecem ter sido amainadas.

O fundamento é a maior aproximação da casa ao trabalho e demais distâncias das atividades humanas. Com a redução das distâncias, as pessoas podem se movimentar, dentro das cidades, a pé, ou por meios não motorizados.

Em São Paulo, como em outras cidades brasileiras, para economizar recursos públicos, as administrações municipais transferiram os encargos de calçamento para o proprietário do imóvel lindeiro. Com uma topografia irregular, em seu território, o resultado foram as calçadas irregulares, com sucessão de degraus, dificultando a circulação dos pedestres.

Dentro das novas políticas as calçadas deverão seguir a topografia das ruas, transferindo a planificação do terreno para dentro dos imóveis.

O principal impacto deverá ser nas garagens individuais, assim como nos acessos e saídas dos estacionamentos.

Os estacionamentos terão que fazer obras internas para ajustá-los, assim como adotar medidas de maior proteção aos pedestres, cuja circulação deverá aumentar, com a melhoria das condições de circulação.

Nas vias de maior circulação de pedestres os estacionamentos dentro de imóveis poderão ser inviabilizados pela demora de acesso e saída dos veículos, diante da espera de "folga” dos passantes. O fluxo contínuo de pedestres fará com que a espera seja interminável, ou levará a uma ação individual de controle dos fluxos nas calçadas, o que não tem respaldo legal.

No caso da entrada, a fila para ingresso poderá gerar problemas de congestionamentos, filas duplas e espera junto a pontos de ônibus, sujeitando o motorista a multas.

Outro conflito que a melhoria das calçadas deverá ampliar é entre as bicicletas e os pedestres. O problema maior será com os patinetes elétricos.

Não existe solução de um problema urbano que não gere efeitos negativos em aspectos correlatos. Os chamados efeitos perversos ou danos colaterais.

Os estacionamentos podem ser, mais uma vez, as principais vítimas dos danos colaterais. Por isso, têm de buscar soluções criativas e inovadoras, para superar as ameaças.

 

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


Outras matérias da edição


Seja um associado Sindepark