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Mudanças nos modelos de negócios

 

Por Jorge Hori* - As mudanças no mercado de trabalho, já em curso com a pandemia e que irão se consolidar pós-pandemia, irão muito além do home office.
Junto com o home office consolidar-se-á o work-office, seja na alimentação, como nos serviços domésticos e na produção artesanal, a qual poderá evoluir para um negócio. A casa não será apenas um local de moradia, mas um local de trabalho. Os novos projetos arquitetônicos deverão considerar essa nova realidade.
O trabalhador, em casa, será um trabalhador por conta própria, seja como autônomo ou como microempresário. Não será mais um empregado celetista. As empresas preferirão o contrato não celetista para não incorrer em velhos problemas, como comprovação de horas trabalhadas, disponibilidade em plantão ou prontidão, horas extras etc.
Grande parte dos trabalhadores em home office - total ou parcialmente - preferirão.  Mas novos problemas terão que ser enfrentados, como os da confidencialidade, dos custos de instalação e outros.
À medida que esse trabalhador vire um microempresário terá que cuidar das provisões para férias, para interrupções de trabalho, por saúde, por viagem e outros motivos, custos de instalação, assim como de operação, por exemplo, a conta da energia, luz, ar condicionado, computador e ainda os gastos com telefone e comunicações.
Esse trabalhador vai sair menos, mas quando sair vai preferir compras mais próximas de casa, a pé ou de bicicleta, fora o uso mais intenso do delivery.
Mas ainda precisará sair para as reuniões presenciais, para negociações comerciais, principalmente com empresas que ainda precisarão manter trabalhadores na sua fábrica ou em seu estabelecimento, os quais continuarão sendo celetistas.
Ao saírem vão preferir o seu carro. Evidentemente, estamos nos referindo a um segmento de trabalhadores com maiores rendimentos que têm condições de ter o seu carro próprio. Há todo um outro segmento que não tem alternativa de movimentação de média e longa distância a não ser o transporte coletivo público.
Ao usarem garagens para estacionar o seu carro preferirão o pagamento avulso, por hora, ou um sistema "pay per use". Isto é, com contrato firmado com o administrador da garagem, mas pagamento apenas pelas horas utilizadas.
Decorre da intermitência do uso.
Poderá ser uma das principais mudanças no modelo de negócio, diante do novo normal.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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