Um material desenvolvido pela empresa paulista Nanox, com o apoio do Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas, inativa o SARS-CoV-2 (nome oficial do coronavírus) e poderá ser utilizado pela indústria automobilística nos bancos e forrações das portas de veículos, além de outras partes, com o objetivo de proteger os ocupantes.
Inicialmente, o material está sendo utilizado para a produção de máscaras de proteção, mas o diretor da Nanox, Luiz Gustavo Pagotto Simões, revelou à reportagem da Autoinforme e que tem material disponível – tecido com micropartículas de prata – para fornecer a montadoras de veículos.
Segundo Simões, duas montadoras já se mostraram interessadas em usar o produto nas forrações e bancos dos seus carros e a Marcopolo, fabricante de cabines de ônibus, já usa um produto da empresa para eliminar bactérias e fungos.
O empresário alertou que o produto deve ser aplicado no processo de produção dos tecidos, portanto, pelos fornecedores dos fabricantes de veículos, e não na linha de montagem dos carros. A empresa está desenvolvendo agora material semelhante para aplicação em outros materiais, como plástico e metal, de forma que ele possa ser aplicado na totalidade do carro, externa e internamente.
“O tecido foi o primeiro resultado da aplicação das micropartículas de prata para inativar o novo coronavírus. Mas devemos ter vários outros”, disse Simões, concluindo. “Em breve, poderemos ter um carro totalmente protegido do coronavírus”, completa.
De acordo com o pesquisador, as micropartículas podem ser aplicadas em qualquer tecido composto por uma mistura de fibras naturais e sintéticas, podendo ser utilizado, portanto, em outras aplicações. Em testes de laboratório, o material elimina 99,9% da quantidade do vírus após dois minutos de contato.
O desenvolvimento do material teve a colaboração de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), da Universitat Jaume I, da Espanha, e do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela Fapesp.
Fonte: Autoinforme, 19/06/2020