Uma carta assinada por 11 sindicatos, enviada à Câmara dos Vereadores do Rio, em 10 de agosto, demonstrava a apreensão de representantes de diferentes setores da economia com a aprovação da lei que vai alterar o cálculo do IPTU.
O documento entregue ao presidente da Casa, Jorge Felippe, pedia a discussão do projeto com a sociedade “de forma transparente e aberta”. Com a aprovação da proposta do Executivo por 31 votos a 18, no dia 5, empresários e comerciantes temem que a crise que atinge o Rio se agrave ainda mais.
O presidente do Sindicato dos Lojistas (SindiLojas), Aldo Gonçalves, criticou a falta de diálogo por parte da prefeitura: “O aumento do IPTU é inteiramente inoportuno neste momento de crise. Penaliza a população, penaliza a sociedade como um todo, o comércio, a indústria, tudo. Diálogo e transparência é o que pedimos”.
A carta dos sindicatos destaca que a lei poderá provocar “graves consequências, prejudicando milhões de pessoas, do contribuinte comum aos setores produtivos, já totalmente asfixiados pela alta carga tributária”. Alega ainda que o aumento do IPTU “alimentará ainda mais o atual círculo vicioso e pernicioso que o Rio de Janeiro vivencia: a sociedade não consome, o comércio não vende, a indústria não produz”.
E conclui que a medida terá um efeito contrário, pois “aumentará a inadimplência”.
A Fecomércio-RJ, apesar de não ter assinado a carta, sustenta que não houve o diálogo necessário para uma decisão que vai provocar impacto em todos os setores. Em nota, Natan Schiper, diretor da entidade, afirma que o aumento do IPTU diminui a competitividade das empresas instaladas no município e que faltou sensibilidade por parte da administração pública. Segundo ele, o IPTU comercial poderá aumentar 153%. A prefeitura diz que o reajuste do imposto residencial será, em média, de 36% em toda a cidade.
Fonte: O Globo - 09/09/2017