O trabalho em home office mudou a situação do comércio de rua do país. Em determinadas áreas da cidade, o cliente sumiu. Em outras, como nos bairros, foi possível manter os negócios. Mas, no geral, todos sofreram o impacto da pandemia.
Em São Paulo, regiões comerciais, como a da Avenida Paulista, Faria Lima e Itaim, perderam quase todo o movimento — principalmente no horário do almoço, quando os profissionais saíam do escritório para almoçar e fazer compras.
Antes da pandemia, a demanda dos consumidores era tão grande que prédios residenciais inteiros viraram lojas.
Para os pequenos empresários, restam dúvidas: o movimento volta? E quando?
Daniele Mifano, dona de uma loja de roupas femininas no Itaim Bibi, viu seu faturamento cair pela metade por conta da pandemia. Para reduzir 50% dos custos, ela teve de demitir funcionários e sublocar duas salas.
“A gente já vinha numa crise instalada e a pandemia foi um dilúvio. Então, as pessoas tiveram que se adequar. Para a gente, foi por meio do on-line", afirmou a pequena empresária.
Segundo Fabio Pina, assessor da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a pandemia está mudando as cidades: comércios em ruas de passagem sentem mais o impacto do isolamento social, enquanto os de bairro são os grandes beneficiados.
“Hoje, a demanda para entrega no bairro cresceu. Todas as pessoas que não estão em escritórios, se estiverem trabalhando, estão em casa, e se não estiverem trabalhando, também estão em casa. Alguma coisa elas consomem", analisou Pina.
Mercadinho multiplica movimento
O mercadinho de Thiago Silva Santos faturou com essa tendência de compras no bairro. Em junho do ano passado, o movimento do ponto aumentou dez vezes e, por isso, ele teve de contratar quatro novos funcionários. Ele também tem um e-commerce.
Com a segunda onda da pandemia, no entanto, o empresário afirma ter notado uma diminuição no movimento do estabelecimento por conta da maior concorrência com mercados virtuais e queda de renda da população.
"As pessoas estão com pouco poder aquisitivo. A gente teve que se mexer internamente, mudar o mix de produtos e mudar marcas para se adequar às necessidades do consumidor", disse.
Na avaliação de Adriano Sartori, vice-presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), o esvaziamento das áreas comerciais de São Paulo deve permanecer até que a população esteja vacinada e se sinta mais segura.
“Serão novos escritórios, com áreas mais colaborativas, menos salas fechadas e mais salas de colaboração para que as pessoas possam interagir e trabalhar em conjunto. Isso, sem dúvida nenhuma, vai remodelar o trabalho e o ambiente interno das empresas", afirmou Sartori.
Pina, da FecomercioSP, concorda: “São Paulo vai continuar sendo uma cidade com muitos milhões de habitantes e suas ruas vão estar congestionadas por muitos anos em São Paulo, eu acredito."
Fonte: G1, 09/05/2021
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