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Governo consegue avanços em promessas de campanha

Por Jorge Hori* - O Governo Bolsonaro vem cumprindo as suas promessas de campanha. Tanto as do próprio Presidente, que prometeu flexibilizar o uso das armas, como as de Paulo Guedes, que prometeu liberalizar a economia.

Bolsonaro apressou a sua volta ao Planalto para sancionar duas leis do seu cardápio de promessas: a ampliação do porte de armas em toda a propriedade rural e a ampliação da liberdade econômica.

São medidas pontuais e de baixo impacto macroeconômico, mas para os seus apoiadores importa que ele esteja fazendo o que pode, apesar dos impedimentos dos outros poderes. A sua proposta de flexibilização das armas era mais ampla, mas foi cortada pelo Congresso. Assim como o projeto de ampliação da liberdade econômica, que também foi “emagrecida” pelo Congresso, principalmente no que se refere às regras trabalhistas.

Se ele não consegue fazer mais, porque o Judiciário anula seus atos e o Congresso amputa as suas propostas, só lhe resta pedir mais paciência aos brasileiros, porque os resultados serão mais demorados.

A macroeconomia brasileira não vai crescer mais que 0,5%, em vez dos 3,5% prometidos, e a culpa não é dele. Ele tem boa vontade e seriedade, mas não consegue dar maior velocidade ao conserto do Brasil, porque os outros não deixam. A perspectiva inicial era de consertar o Brasil em 24 meses. Agora esse prazo está sendo estendido. Vai para 36 ou mais meses.

Como foi eleito democraticamente, para um mandato de quatro anos, resta mesmo aos brasileiros ter paciência e esperar por 2022.

Enquanto isso, os milhões de trabalhadores continuarão desempregados. Os pobres continuarão pobres e nem os ricos vão ficar mais ricos, a menos alguns poucos. A maioria vai chegar a 2022 menos rica.

Não haverá revolta popular. A esquerda perdeu inteiramente a capacidade de mobilizar as suas bases. Não sairá em defesa dos mais pobres, tampouco dos desempregados. O PT só tem uma obsessão que, a esta altura dos acontecimentos, pouca importância tem: Lula livre.

A única revolta em massa que poderá ocorrer é dos jovens ambientalistas. Jovens de classe média e da elite, de direita e de esquerda, irmanados em uma única utópica causa: salvar o planeta.

Se Bolsonaro insistir em ser visto como o maior destruidor de florestas no mundo, porque elas são nossas, terá a maioria dos jovens contra ele.

Nem todos terão a necessária paciência, e Paulo Guedes é um deles. Esperava copilotar uma lancha de alta velocidade e não vai se contentar em ficar quatro anos remando um bote.


* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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