O assunto é antigo e sem solução. Nas ruas e avenidas das cidades da Baixada Santista há a presença constante e incômoda dos guardadores de carro, ou flanelinhas. Eles estão principalmente na orla da praia, onde a disputa por uma vaga de estacionamento, principalmente nos finais de semana ensolarados, é intensa.
Os flanelinhas estão por toda a parte: alguns são cordiais e tentam ajudar os motoristas; outros são extremamente agressivos, competindo entre si pelas vagas e exigindo pagamento prévio daqueles que estacionam seus veículos.
No caso da orla da praia, os mais prejudicados são os turistas e visitantes, que relatam sentir-se ameaçados e obrigados a pagar, temerosos de represálias em seus carros. O problema é de difícil solução. A repressão não funciona: a polícia não consegue manter efetivos suficientes em todos os lugares, e quando ela deixa os locais de atuação dos flanelinhas, eles imediatamente retornam. Isso não significa que a fiscalização não deva ser executada, de modo constante, para dificultar a ação dos guardadores e, pelo menos, evitar seus excessos.
A esse respeito, a Secretaria de Segurança de Santos informou que realiza forças- tarefas diárias com o apoio da Polícia Militar. Não se pode transferir o problema aos motoristas, orientando-os a não pagar os flanelinhas. Se isso pode e deve ser feito com a população de rua, notadamente com as crianças, não funciona no caso dos carros, uma vez que os riscos de danos existem em havendo recusado pagamento.
É preciso, portanto, ação mais abrangente: ao lado da fiscalização, deve haver a participação dos serviços sociais municipais para identificar e cadastrar os guardadores, e buscar direcioná-los para outras atividades e empregos, de modo a retirá-los das ruas e das funções precárias e arriscadas que desenvolvem. Isso certamente demanda tempo e dedicação, mas é a maneira mais eficaz de atacar o problema, que incomoda a população e os visitantes, que são tolhidos no seu direito elementar de ir e vir.
Fonte: A Tribuna - Santos - 20/11/2018