Por Jorge Hori*
A atividade de estacionamento pago deve acompanhar ou até se antecipar à evolução tecnológica. Dois novos importantes elementos estão emergindo, podendo envolver os estacionamentos: o carro elétrico e o carro compartilhado.
O carro elétrico é anunciado como a grande solução para os impactos ambientais. Seria a forma de as montadoras continuarem produzindo e vendendo os seus carros, apesar da oposição dos ambientalistas pelos impactos que os automóveis causam, e dos impedimentos para o seu uso mais amplo: o alto custo do veículo e a parca rede de reabastecimento.
Tanto uma quanto a outra decorrem da baixa escala. A produção é ainda mundialmente pequena e para ressarcir os altos custos de desenvolvimento da tecnologia precisam vender a preços mais elevados. A produção de autopeças específicas também sofre o efeito da pequena escala. Se o mercado se desenvolver, se os consumidores comprarem mais, a produção pode aumentar, os custos podem ficar menores e incentivar os consumidores a adquirirem mais.
Mas os consumidores, além do alto preço do veículo, enfrentam outra restrição. A dificuldade de reabastecimento. São poucos os postos de reabastecimento, o que limita o seu uso.
Por sua vez os postos são limitados porque a frota de veículos ainda é pequena e não seria economicamente compensador o estabelecimento de uma rede comercial.
Uma alternativa é o uso dos estacionamentos como postos de reabastecimento.
Seria um serviço adicional a ser oferecido aos proprietários dos veículos elétricos.
O problema, de momento, é o da precificação dos serviços e das tarifas a serem pagas aos distribuidores de energia elétrica.
Um avanço nesse sentido seria associar os serviços com os carros compartilhados.
Como colocamos no artigo anterior, o carro compartilhado precisa de locais de estacionamento e seria uma alternativa para o carro elétrico. O usuário interessado não precisará comprar um carro elétrico, mas utilizá-lo de forma compartilhada, sem ter que se preocupar com o reabastecimento. E o custo desse reabastecimento será incluído na tarifa. Assim como o custo do estacionamento.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.