Parking News

Enfrentando a concorrência do transporte individual

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Por Jorge Hori*

A expansão e a regulamentação do uso de aplicativos para facilitar o uso serviços de transporte individual de passageiros deverão reduzir o número de pessoas usando carro próprio para chegar aos seus destinos.

Essa redução implica queda das demandas por vagas em estacionamentos pagos.

O que precisa ser avaliado é em que proporção será essa redução.

O uso do carro próprio para trabalho envolve duas categorias principais: a dos motoristas que vão para o trabalho, pela manhã, permanecem neste o dia todo, num único local, e à tarde voltam às suas casas, e os que usam o carro para irem a diversos locais.

Os primeiros, caracterizados de como movimento pendular, poderão trocar o carro próprio pelo táxi ou serviço contratado por aplicativo em função do custo. Como característica de serviço é taxi. Apenas fora da regulação oficial.

Embora tendam a pagar como mensalistas o custo do estacionamento, pode ficar muito próximo dos gastos com os táxis. E, nesse caso, seria mais vantajoso usar o táxi do que o seu carro próprio. Porém, certo volume dessas pessoas tem direito a vagas pagas pelo empregador. Ou seja, não têm um gasto direto com estacionamento. Em função disso, vão continuar indo com o seu carro próprio.

Não vão trocar de opção a menos que o empregador troque o benefício de vagas pelo táxi. Isso poderá ocorrer com empresas que mudem a sua sede de prédios maiores com muitas vagas para prédios com menos vagas.

O impacto será sobre o valor dos aluguéis.

Já os que usam o carro para ir a diversas localidades poderão usar mais os táxis, com a facilidade de chamá-los por aplicativos. O diferencial passará a ser o custo.

Tanto o táxi como o estacionamento têm bandeirada e a do táxi comum é ainda mais barata do que a do estacionamento. Para enfrentar a concorrência dos táxis, os estacionamentos deverão equalizar os custos financeiros. Para pagar um custo menor pelo táxi, com uma bandeirada de R$ 4,50, mais R$ 2,75 por quilômetro rodado, com um percurso de2 kmo valor estaria equalizado com a primeira hora de R$ 10,00 do estacionamento. Se esse for R$ 15,00, o percurso terá que ser de4 km. No caso de uma saída para uma rápida reunião, com menos de uma hora, retornando à origem a distância deverá ser de2 km. No caso do táxi há ainda um custo adicional da hora parada, que é de R$ 33,00. No caso de congestionamento, esse custo se elevará. Se esse trajeto de2 kmenfrentar congestionamento, levando 15 minutos, a corrida será de R$ 18,00.

Em São Paulo, com os persistentes congestionamentos, o risco de gastos excessivos e não previstos com os táxis é elevado. A vantagem é o uso dos corredores, mas fora do horário permitido para esse uso os custos não competirão com o uso do carro próprio.

 

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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