A mobilidade urbana e a sustentabilidade são temas que têm ganhado destaque no Brasil e no mundo. Porém a infraestrutura das cidades brasileiras perante o transporte urbano ainda necessita de melhorias e grandes investimentos, fato que contribui para que mais pessoas utilizem veículos próprios a coletivos, por exemplo.
Segundo a Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU), dos 5.570 municípios do Brasil, apenas 2.901 oferecem serviços de transporte urbano, total de 52% da nação. Sendo assim, 48% não possuem um plano de transporte urbano em prática. Conforme o Ministério das Cidades, um número relevante de capitais brasileiras ainda não inclui um plano de mobilidade urbana, tais como Rio de Janeiro, Cuiabá, Goiânia, Campo Grande, Boa Vista, Macapá, Palmas, São Luís, João Pessoa, Recife e Maceió.
Diante desta realidade, fica clara a necessidade da criação de incentivos e políticas públicas que facilitem o deslocamento e o acesso das pessoas a diversos pontos de uma cidade através de diferentes meios de locomoção, de forma segura e ecologicamente correta.
Por isso, algumas empresas brasileiras que atuam no mercado logístico já investem em meios de transporte não poluentes e alternativos, por exemplo, bicicletas e patinetes elétricas, como é o caso da plataforma Yellow e da Ecobike Courier – rede de entregas sustentáveis, já presente em seis estados brasileiros.
Simultaneamente, com o avanço da tecnologia, essas e mais empresas estão passando a se preocupar com transformações que tragam impactos positivos ao meio ambiente. Tal consciência é replicada na rotina dos consumidores, que, mais atentos às questões de conservação do planeta e qualidade de vida, preferem utilizar recursos e serviços sustentáveis para suprir as demandas do dia a dia. Um exemplo é da própria Ecobike Courier, que irá lançar seu app em breve, nas principais franquias da rede, e com isso, diversos serviços logísticos, realizados através de bikes, estarão disponíveis e a apenas a um clique de distância.
Vale lembrar que a importância da mobilidade urbana sustentável é relevante não apenas comercialmente, mas também culturalmente, uma vez que é comprovada em experiências positivas de outros países como Japão e Alemanha. Outro exemplo são os países nórdicos, como Dinamarca e Noruega, onde até ministros utilizam a bicicleta como meio de transporte no cotidiano.
Mobilidade no Brasil
A Política Nacional de Mobilidade Urbana tem como princípio a acessibilidade universal; o desenvolvimento sustentável das cidades; a equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo; eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de transporte urbano e na circulação urbana, segurança nos deslocamentos e também a redução das desigualdades e promoção da inclusão social
São consideradas infraestrutura de mobilidade urbana: as vias e logradouros, ciclovias, hidrovias, metroferroviárias, estacionamentos e locais para embarque e desembarque, além de arrecadação de taxas e tarifas e instrumentos de controle e fiscalização.
Curitiba, capital do estado do Paraná, é uma cidade modelo no que diz respeito à mobilidade urbana, uma vez que investe em meios sustentáveis para garantir o direito de acesso à cidade. Políticas envolvendo os setores de transporte, trânsito, circulação, acessibilidade, desenvolvimento urbano e uso do solo são alguns exemplos de como é possível viabilizar soluções e garantir melhorias nesta área.
Revolução dos patinetes
Eles já chegaram em vários países, mas sua utilização não é tão simples. Assim como na Alemanha, o uso dos patinetes elétricos precisa ser regulamentado no Brasil. No Rio de Janeiro, quem não possui a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) terá que fazer uma prova online do Detran para conhecer as leis de trânsito.
Em São Paulo, o uso dos patinetes já está regulamentado, sendo que os condutores precisam usar o capacete obrigatoriamente. Também é proibida a circulação em calçadas e em vias onde carros circulam a mais de 40 km/h.
Fonte: Estadão Conteúdo, 24/06/2019